Notícias

Dia Internacional da Mulher Indígena

Hoje, 5 de setembro, é o Dia Internacional da Mulher Indígena, daquelas que desempenham um papel fundamental nas aldeias e na política pelos seus povos. A efemeridade foi instituída em 1983, durante o II Encontro de Organizações e Movimentos da América, em Tiauanaco (Bolívia) e teve sua data escolhida em memória à Bartolina Sisa, mulher Aimará que foi executada em 5 de setembro de 1782 durante a rebelião indígena anticolonial de Túpac Katari. Bartolina se destacou pela valentia frente às tropas espanholas que tentavam invadir o território dos povos originários do Alto Peru, hoje região de La Paz.

No Brasil, lutar ao lado das mulheres indígenas é urgente, pois a violência contra elas se expressa como continuidade da guerra colonial atrelada ao patriarcado. Podemos ter uma noção deste cenário contabilizando os boletins de ocorrência de Roraima, por exemplo, registrados entre janeiro de 2022 e abril de 2023. Ao todo foram registrados 842 casos contra mulheres indígenas, entre violências psicológicas, sexuais, físicas, patrimoniais e morais. Muitas mulheres indígenas têm dificuldade em denunciar as violências e, por isso, é necessário que haja delegacias da mulher e assistência social próximas às aldeias, para que essas mulheres possam ser acolhidas caso precisem. Algumas iniciativas já são feitas por governos estaduais e municipais, mas isso precisa se multiplicar. 

Embora sejam grandes vítimas de violação de direitos, mulheres indígenas são cada vez mais atuantes na defesa do direito à terra, proteção do meio ambiente, educação, saúde e cidadania. Elas sempre se mostram firmes na luta por manter a cultura, tradições e espiritualidade das suas etnias, além de ocupar lideranças de movimentos e os mais diversos espaços da sociedade. A presença de Sônia Guajajara, ministra dos Povos Indígenas, e Joenia Wapichana, presidente da Funai, em cargos do governo mostram isso e apontam para avanços possíveis e urgentes dentro e fora da política institucional. As mulheres indígenas também marcaram uma presença forte na Marcha das Margaridas deste ano, reivindicando a demarcação territorial, o fortalecimento da agricultura familiar, a autonomia dos povos indígenas e das comunidades tradicionais e o fim das desigualdades de gênero e étnico-raciais. 

As mulheres indígenas estão sempre na luta! 

Estejamos com elas!

 

Direção Executiva – Biênio 2025-2023

 

Crédito/ foto

Liar Bianchini / Cobertura Colaborativa
https://bit.ly/3Er6a5S