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Dia Nacional das Tradições das Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé e dia internacional contra a discriminação racial

No ano passado, o presidente Lula sancionou a Lei 14.519/23, que instituiu o dia 21 de março como o Dia Nacional das Tradições das Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé. A proposta, que veio do Senado, era coincidir a data com o dia em que a ONU estabeleceu mundialmente para o combate à discriminação racial, efemeridade que se recorda hoje também. O objetivo da data sancionada é dar visibilidade para as tradições de matriz africana e buscar desenvolver ações voltadas para o combate ao racismo religioso, às discriminações raciais e, sobretudo, às desigualdades culturais.

Durante o período colonial e imperial as religiões de matriz africana eram proibidas, demonizadas e perseguidas, o que deixou a marca da desigualdade cultural firmada na história do Brasil. Hoje, felizmente, os praticantes dessas religiões têm direito à liberdade de culto, mas como bem sabemos a perseguição e a demonização ainda persistem. A intolerância religiosa a essas religiões também é fruto do racismo, tão presente no Brasil e no mundo. De acordo com a pesquisa “Percepções sobre o racismo no Brasil”, realizada pelo IPEC no ano passado, mais da metade dos brasileiros declarou já ter presenciado um ato de racismo.

Combater o racismo, em especial, o religioso, é um trabalho diário. Um dos caminhos viáveis, principalmente para os que estão no ramo da educação, é fazer jus à Lei 10.639/2003, que tornou obrigatória a inclusão no currículo oficial das escolas o ensino de História e cultura afro-brasileira. Colocar essa lei cada vez mais em prática, através de projetos, pode ajudar a desconstruir os preconceitos e mostrar como as religiões de matriz africana fazem parte da história da cultura brasileira. Ademais, a mobilização dos movimentos e coletivos antirracistas tem que continuar nas ruas e avante nas universidades, no meio científico. Foi assim que no passado combateu-se o mito da democracia racial, o apagamento da história de negros(as), a denúncia da violência policial, entre outras coisas, e também será fundamental na luta pela valorização das culturas afro-brasileiras. Vamos em frente, enegrecendo todos os espaços e conhecimentos.

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