De nada adianta que no “dia dos povos indígenas” se homenageie e defenda os indígenas brasileiros, se no resto do ano eles são dizimados. Desde a invasão dos portugueses no Brasil, eles perdem suas vidas, a dignidade e o território.
Hoje o que resta deles ainda luta. Nessas últimas semanas houve o maior Acampamento Terra Livre da história do País em Brasília. Mais de 7 mil indígenas de todo o país protestaram contra o Projeto de Lei 191/2020, que libera mineração, grandes empreendimentos em terras indígenas e pelo andamento dos processos das demarcações, paralisadas desde que Jair Bolsonaro assumiu o governo, em 2019. De acordo com a Fundação Nacional do Índio (Funai), existem atualmente 680 processos, mais de 200 deles aguardam regularização.
Além disso, o avanço do garimpo ilegal em território Ianomâmi, incentivado pela flexibilização do governo, vem devastando a floresta, trazendo a malária em massa, contaminando rios, trazendo fome e agora ainda há a confirmação de um esquema criminoso que envolve aliciamento, assédio de menores, violência e abuso sexual contra mulheres e crianças. Algumas são embriagadas por bebidas alcoólicas e estupradas até a morte. A situação do povo indígena permanece sendo muito grave.
Outra pauta importante sobre o assunto é em relação à inclusão dos índios que desejam ou precisam viver na sociedade civil. É necessário que eles sejam acolhidos, sem barreiras e preconceitos, mas acima de tudo com os direitos garantidos.
Os integrantes do movimento indígena criticam a data comemorativa de hoje pois não foi estabelecida pelos indígenas brasileiros e também contribui para a folclorização e a homogeneização dos 305 povos existentes no país, segundo o IBGE. É importante estudar e defender o povo indígena, apoiando suas pautas e propostas que prezam por seus direitos e dignidade.
Saudações à luta!
Direção Executiva – 2021 – 2023
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