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A Equipe do SINTIFRJ esteve no 4º Festival da Comunicação Sindical e Popular

O Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC) promoveu nesta última segunda-feira, dia 24 de julho, o 4º Festival da Comunicação Sindical e Popular. O evento foi realizado na praça da Cinelândia, no Centro do Rio de Janeiro, e a equipe de comunicação do SINTIFRJ esteve presente para participar e aprender. O Festival é anual e realizado a partir de uma campanha de financiamento coletivo.

O dia 24 de julho é considerado o Dia da Comunicação Popular na cidade do Rio de Janeiro. A data foi uma iniciativa do mandato do ex-vereador Renato Cinco e faz referência ao dia do falecimento de um dos fundadores do Núcleo Piratininga de Comunicação, Vito Giannotti. Giannotti foi metalúrgico e histórico lutador pela comunicação dos trabalhadores, tendo falecido em 2015.

Durante todo o dia, diversos sindicatos, movimentos sociais, coletivos de comunicação e fotografia e jornais alternativos expuseram a sua produção. Além da exposição, a programação também contou com aulas públicas e debates. O foco era comunicar o que é de interesse dos trabalhadores e trabalhadoras. Os temas dos debates, oficinas e rodas de conversa foram “Mulheres na luta por reparação das dívidas sociais”, “Mídia e cidade em disputa”, “O legado de Vito Giannotti”, “PL das fake news: o que eu tenho a ver com isso?”, “Dicionário de Favelas Marielle Franco” e “Roda de conversa sobre comunicação e democracia nas favelas e periferias”.

Os convidados e participantes fizeram análises da conjuntura do governo atual e dos problemas sociais ligados ao machismo, ao racismo, inclusive no ambiente da comunicação. Trouxeram, ainda, pontos interessantes, como justiça social, participação popular, ocupações populares, a questão da fome e da presença do racismo e da segregação social existente nas instituições de ensino superior.

Algumas das apresentações mais chamativas foram as sobre a PL das fake news e sobre a comunicação e democracia nas favelas e periferias. A apresentação sobre a PL das Fake News trouxe para discussão esse tema tão atual e complexo, e ainda extremamente necessário por sua forte capacidade de influência sobre toda a sociedade. Os palestrantes mostraram o histórico de como a justiça começou a reconhecer os perigos das redes e recordaram o importante Marco Civil da Internet, como ele foi aprovado, mesmo com Eduardo Cunha na presidência da Câmara e ressaltaram a necessidade de assim lutar pela aprovação do PL das Fake News mesmo com a intensa presença bolsonarista no Congresso. 

Ainda sobre o mesmo assunto, foi mencionada a necessidade da educação midiática para todos, a luta que deve ser feita para que as plataformas derrubem ameaças à democracia, a questão da privacidade dos dados e a problemática do impulsionamento de conteúdo por ricos grupos de direita, visto que esses conteúdos pagos são mais difundidos que os demais. 

Já na apresentação sobre comunicação nas favelas e periferias, os palestrantes enfatizaram que os meios de comunicação nas comunidades não são só para fazer denúncias da situação precária e da violência policial, mas também para mostrar a cultura das favelas, os bons projetos, as histórias de luta e a mobilizar os moradores. Eles também ressaltaram o papel que suas mídias têm na reivindicação de direitos sobre o direito à internet que não chega naquelas localidades, sobre as informações injustas e, muitas vezes, até mesmo inverídicas que a grande mídia dá sobre as favelas, entre outros assuntos fundamentais.

Alguns dos jornais e redes de comunicação que estiveram presentes foram o Maré Notícias, Antenada (programa de rádio de Caxias), Jornal Cidadão, Fala Roça, Fala Favela, A Voz das Comunidades, entre outros. “O jornalismo nas favelas tem esse lugar de papel cívico”,  disse David Amen, produtor de comunicação no Instituto Raízes em Movimento, do Complexo do Alemão. 

Amen é morador do Alemão e, muito gentilmente, concedeu ao SINTIFRJ uma entrevista exclusiva sobre suas expectativas a respeito do novo IFRJ que será construído na comunidade, em breve a publicaremos. David encerrou a roda de conversa ressaltando a importância dos veículos de comunicação das favelas e periferias se ajudarem e produzirem conteúdos juntos. 

Sintifrj na luta!

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