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Dia Internacional da Mulher Indígena

Cinco de setembro é dia de dar visibilidade às mulheres indígenas, que desempenham um papel fundamental nas comunidades e na política pelos seus povos, no Brasil e em todos os lugares do mundo. A efemeridade foi instituída em 1983, durante o II Encontro de Organizações e Movimentos da América, em Tihuanacu (Bolívia), que homenageou Bartolina Sisa, mulher quéchua que foi morta durante a rebelião anticolonial de Túpaj Katari, no Alto Peru.

No Brasil, debater e lutar pelas mulheres indígenas é urgente, pois a violência contra elas é forte e silenciosa. De acordo com o Ministério da Saúde, entre 2007 e 2017 foram notificados mais de 8 mil casos de violência contra as mulheres indígenas no país. A pouca quantidade de levantamentos nacionais é preocupante pois mostra o quanto esse tipo de violência é invisibilizado. Contudo, é possível detectar em casos que vem a público nos noticiários que há violências atrozes acontecendo com mulheres indígenas. É o caso de uma indígena de 12 anos na comunidade Aracaçá, em Amajarí, no norte de Roraima, que foi estuprada e morta por garimpeiros.

No 3º Encontro de Mulheres do SINASEFE, a mesa temática chamada “Da margem ao centro: Políticas Afirmativas, mulheres negras, indígenas e quilombolas no protagonismo das lutas sociais” trouxe como convidada a ilustre ativista indígena Tamikuã Pataxó. Em sua fala, ela enfatizou a triste situação das mulheres indígenas que sofrem de agressões, estupros e assassinatos. Também falou sobre os preconceitos e estereótipos que os indígenas sofrem e sobre a sua preocupação com o seu povo nativo. Relatou que perde noites de sono preocupada com os ataques que sua comunidade e comunidades conhecidas sofrem quando tem que viajar para ir para protestos ou eventos.

Tamikuã Pataxó, assim como outras ativistas que estiveram no 34°Consinasefe (como Márcia Wayna Kambeba), é um símbolo de resistência da mulher indígena que toma a frente e vai à luta por seus direitos. Felizmente, é muito comum ver mulheres indígenas tomarem a frente da luta política de seu povo. É a prova da força do poder feminino. Hoje também é comemorado o dia da Amazônia, lar de boa parte dos povos indígenas brasileiros que deve ser preservado.

Sintifrj pelas mulheres indígenas!

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