Há 58 anos, no dia 31 de março de 1964, os militares tomaram o poder no Brasil, em um golpe que iniciou uma fase de mais 20 anos de repressão. Prisões ilegais, perseguições, mortes, tortura e desaparecimento de qualquer pessoa contrária à ditadura militar, ou apenas suspeita, eram comuns.
Atos institucionais fecharam o Congresso, retiraram direitos, cassaram partidos e impediram o povo de votar. A censura aos meios de comunicação impedia que a população soubesse das atrocidades que ocorriam nos porões da ditadura, mas hoje sabe-se que cerca de 20 mil pessoas foram torturadas no período, e quase 500 foram mortas ou desapareceram, como apontou a Comissão Nacional da Verdade.
Após tantos anos de luta para consolidar a democracia brasileira, mentiras oficiais voltam à boca de governantes fascistas, favoráveis a novos golpes, como Bolsonaro faz reiteradamente. Ontem, o Ministério da Defesa publicou uma Ordem do Dia minimizando o golpe e enaltecendo o período da ditadura militar. O discurso do governo, além de ser uma afronta a todos que pereceram no período mais sangrento da História do país, é uma mentira deslavada, condizente com a tática de Bolsonaro de governar distorcendo fatos.
O mentiroso “milagre econômico” achatou salários e concentrou renda nas mãos de poucos, aumentou a desigualdade social e gerou uma inflação astronômica que chegou a 223% no final do regime militar. Na redemocratização do país, a conta chegou também em forma de uma dívida externa quase quatro vezes maior do que na época do golpe: 54% do PIB comprometido segundo o Banco Central, no que ficou conhecido como herança maldita da ditadura.
O SINTIFRJ repudia discursos fascistas e reafirma o compromisso de fazer com que a verdade seja dita e nunca suma do norte da democracia brasileira. O golpe militar de 64 não pode ser jamais celebrado, tão pouco esquecido! Ditadura nunca mais!
SINTIFRJ na luta pelas liberdades democráticas!
