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SINTIFRJ: um projeto de intervenção sindical

PROJETO DE INTERVENÇÃO SINDICAL

A partir da recente recomposição da diretoria executiva do SINTIFRJ, pretendemos construir um novo projeto de intervenção e reestruturação sindical.

A ofensiva do sistema do capital em todas as partes do mundo reforça a hipótese de um período de contrarrevolução burguesa de amplitude global, com processo de expansão das direitas (governos e ideologias como força social, de clivagem liberal a extrema-direita e protofascistas), seja nos planos de austeridade e ajuste fiscal, como como o projeto do imperialismo de recolonização de países semiperiféricos, como é o caso regional da América Latina. A financeirização da economia globalizada (mundialização do capital e seu traço financeiro como hegemônico), em contexto de crise estrutural, pleiteia recuperar a taxa de lucro dos capitais via o aniquilamento da legislação protetora do trabalho e o desmonte das conquistas democráticas. No Brasil, isso parece ser mais do que evidente. O projeto em curso, de caráter golpista, materializado na PEC dos gastos (PEC 55), na Reforma da Previdência (PEC 287), na Reforma Trabalhista e na Lei da Terceirização Irrestrita (PL 4302), dentre tantas outras medidas, constituem mudanças qualitativas e sem precedentes. PLS 116/2017 que ameaça a estabilidade no serviço público, a Emenda Constitucional 95/2016 e seus impactos, a tramitação do Programa Escola sem Partido, a disseminação de práticas antissindicais, a imposição da Reforma do Ensino Médio, os cortes orçamentários em Pesquisa e Educação e nos Institutos Federais, o anúncio de plano de demissão voluntária (PDV), dentre tantas medidas de desmonte da educação, do funcionalismo e do serviço público.

Na luta política, é fundamental sabermos do lugar de onde partimos. Vivenciamos um período defensivo, que se evidencia por inúmeras variáveis: ofensiva da burguesia, do conservadorismo e também da direita reacionária. Em nível mundial observamos queda acentuada da taxa de sindicalização. No caso brasileiro, 19% (dados de 2015) da população ocupada é sindicalizada. A crise de representatividade política e sindical não podem ser negligenciadas. Os desafios são imensos.

O ideário neoliberal e a ofensiva ideológica por saídas e soluções individuais rondam o imaginário popular. Mesmo os ativistas não vêem possibilidade de fazer diferença nos espaços sindicais, evidencia disso é o esvaziamento da luta e fóruns sindicais. Os desgastes não são secundários. Como deve ser nossa intervenção no movimento sindical? Pensamos que a assessoria jurídica e a negociação com as instâncias decisórias governamentais e institucionais são importantes. Mas nosso atendimento não deve se limitar às importantes demandas corporativas. Devemos nos conectar com as lutas mais abrangentes da classe trabalhadora e nos colocarmos contra toda forma de exploração e de opressão em todas as partes do mundo.

O sindicato tem o papel político de mobilizar os trabalhadores e de elevar sua consciência classista, ao mesmo tempo de representá-los diante do governo e dos patrões, prestando-lhes todo auxílio disponível. Nossa entidade sindical contempla a representação tanto de docentes como de técnico-administrativos, e precisamos batalhar pela unidade dessa categoria, não fragmentando-a, seja na luta, seja nas conquistas.

Somos por um sindicalismo combativo nas mãos da classe trabalhadora. Para tanto, é muito importante compartilharmos a concepção de sindicalismo que a atual diretoria executiva está construindo com o conjunto da base de nossa categoria. Do contrário, enfraqueceremos nosso sindicato e nossas lutas e conquistas. Defendemos a educação pública, gratuita, laica e de qualidade nos Institutos Federais. Defendemos a construção de um sindicalismo democrático, de luta e classista.

Identificamos, ainda, a Importância de nos articularmos intersetorialmente com outros sindicatos e outras lutas da classe trabalhadora em geral, e do funcionalismo público em particular. Por isso estamos dispostos a fortalecer as instâncias do SINASEFE e a central sindical a qual é filiado, a CSP-Conlutas, em comum unidade com todas as demais centrais sindicais.

Defendemos a total transparência financeira e controle patrimonial, por meio de uma política/gestão financeira do sindicato, preservando a democracia de base nas instâncias decisórias do SINTIFRJ. Afirmamos a relevância de ampliarmos a discussão sobre o tema das opressões (machismo, racismo, LGBTfobia e xenofobia) em perspectiva transversal na nossa prática política. Precisamos combater o personalismo e a centralização das atividades em poucos dirigentes, o burocratismo, a distância da direção sindical de sua base nos campi. Propomo-nos atuar como uma diretoria colegiada e controlada pela base.

Pensamos ser importante modernizar a comunicação do SINTIFRJ. Assim, lançamos o site do sindicato, o qual poderá acolher críticas e sugestões, de modo interativo. Atualizaremos o email institucional e lhe daremos novo formato. Estamos estudando a possibilidade de circular um jornal informativo do SINTIFRJ, impresso, em todos os campi do IFRJ, além de repensarmos as possibilidades de benefícios e parcerias para nossos associados.

É muito importante uma ampla campanha de filiação sindical, entre docentes e técnico-administrativos, seguido de um plano de formação sindical que envolva temas de interesse para a categoria. Já estamos planejando nesse sentido um ciclo de formação local, em cada um dos campi e seminários ampliados. A fim de fortalecermos as instâncias democráticas e a presença do sindicato nos campi, estamos estudando mudanças organizacionais, uma verdadeira reestruturação sindical (com conselho de representantes de base sindicalizados de cada campus, assembleias locais sistemáticas, atualizar o formato das assembleias gerais da categoria, bem como preparar um seminário estendido e um Congresso Estatutário da categoria).


COORDENAÇÃO GERAL:

Neli Maria de Castro Almeida

Professora do IFRJ campus Realengo, Doutora em Serviço Social/PUC-Rio, Mestre em psicologia Social – ISCTE – Lisboa, graduada em Psicologia pela UFRJ, Conselheira de Extensão (2012-2013), Coordenadora de Extensão (2012-2013), Pró-Reitora Adjunta de Extensão (05/2014-02/2016), participação em comissões Internas (Calendário, Programa de Permanência e Êxito, Eleições CAEX para o mandato 2016/2018, outras).

Michelangelo Marques Torres

Professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ), campus Pinheiral. Atualmente desenvolve pesquisa de Doutorado em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Mestre em Sociologia pela mesma instituição, graduado em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo (USP) e possui aperfeiçoamento em formação pedagógica em Ciências Sociais. Atuou como coordenador de Ciências Humanas e suas Tecnologias (Escola Técnica Estadual de São Paulo) no Centro Estadual de Educação Tecnológica de São Paulo (Paula Souza). Foi diretor de base do SINTEPS (Sindicato dos Trabalhadores do Centro Paula Souza) pela Oposição Sindical.

Pesquisador do grupo de pesquisa Estudos sobre o Mundo do Trabalho e suas Metamorfoses da UNICAMP; e membro do Núcleo de Estudos do Trabalho, Saúde e Subjetividade NETSS (FE/Unicamp). Tem experiência na área de Sociologia do Trabalho, Teoria das Organizações, Organização do Trabalho e Sindicalismo Docente; Educação Profissional e Natureza, processos e condições do trabalho docente.


COORDENADORES COMUNICAÇÃO E POLÍTICA SINDICAL

Fábio Alves Araújo

Fábio Alves Araújo. Bacharel e licenciado em Ciências Sociais pela UFES (2004). Mestre em Sociologia (com concentração em Antropologia) e Doutor em Sociologia, ambos pelo PPGSA/IFCS/UFRJ. É coordenador do Laboratório Interdisciplinar de Extensão e Pesquisa Social (LIEPS/IFRJ) e pesquisador do Coletivo de Estudos sobre Violência e Sociabilidade (IESP/UERJ). Seu interesse recente de pesquisa inclui temas como desaparecimento forçado de pessoas, favela, cidade, crime, ação coletiva, política, antropologia do Estado, sociologia urbana, polícia, questão carcerária.

Affonso Celso Thomaz Pereira

Doutor em História pelo Programa de Pós-Graduação em História Social da Universidade de São Paulo (2015), na área de História da América, com a tese “Alberdi, Sarmiento e a conformação do discurso republicano na imprensa chilena, 1841 – 1852”. Realizou estágio de bolsa sanduíche na Universidad de La Plata, Argentina. Possui graduação em História pela Universidade Federal Fluminense (2001) e mestrado em História Social da Cultura pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2004), na área de teoria e historiografia. É professor de ensino superior e médio-técnico do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFRJ). Atuando principalmente nos seguintes temas: História da América, História Contemporânea, Teoria da História, História do discurso e das idéias políticas.


COORDENAÇÃO DE FINANÇAS E PATRIMÔNIO

Paulo André Ferreira
Administrador lotado no campus São Gonçalo (desde 11/2010), foi membro da Coordenação do SINTIFRJ (na época SINDCEFETEQ) no período 2012-2014, atuou na Diretoria de Licitações, Compras, Orçamento e Gestão na Reitoria (05/2014 – 03/2016). Atualmente é membro da CISSP, suplente da CPA, membro do Conselho Fiscal do SINTIFRJ e atuante no PPP do campus. Possui graduação em Administração (2006), especialização em Gestão Pública (2010) e mestrado em Administração pela Universidade do Grande Rio (2014).

Anderson Morais Chalaça

Possui graduação em Biblioteconomia pela UNIRIO e pós-graduação lato sensu em Gestão Empresarial pela UCAM/AVM). Atualmente é bibliotecário no IFRJ no campus Paracambi.

SUPLÊNCIA

Ricardo Cesar Rocha da Costa
Professor de Sociologia do campus São Gonçalo, Conselheiro do CAET na gestão 2015-2017, membro da coordenação do SINTIFRJ (na época SINDCEFETEQ) no período 2012-2014. Como militante foi delegado sindical de base no Banco do Brasil e no SEPE e participou da fundação da APEFAETEC – Associação dos Profissionais de Educação da FAETEC, durante o processo de organização da categoria nos anos 1990. Graduado em Ciências Sociais, Mestre em Ciência Política e Doutor em Serviço Social. É pesquisador do GPMC – Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas, Movimentos Sociais e Culturas, vinculado institucionalmente à UFRJ.

Marcelo Nunes Sayão

Possui graduação em Psicologia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (1991), graduação em Educação Física pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1993), especialiazação em Políticas Sociais pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (1996), especialização em Educação Física escolar pela Universidade Federal Fluminense (2003), mestrado em Administração Pública pela Fundação Getúlio Vargas – RJ (1999) e doutorado em Políticas Públicas e Formação Humana pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (2014). Atualmente é Professor do Ensino Básico Téc. Tecnológico do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro. Tem experiência na área de Educação Física, com ênfase em Educação Física escolar, atuando principalmente nos seguintes temas: educação física escolar, formação profissional e corpo.

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