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Assembleia Geral Presencial do SINTIFRJ dá início às ações locais da greve nacional que começou no dia 3 de abril.

Nesta última quarta-feira, dia 3 de abril, dia da deflagração da greve nacional dos servidores da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, o SINTIFRJ realizou uma Assembleia Geral Presencial para relatar os informes da primeira reunião entre Comando de Greve e Reitoria ocorrida na segunda-feira dia 01/04 e tirar encaminhamentos organizativos para o período de greve. O fórum foi realizado à tarde no auditório do SINAERJ, Centro do Rio de Janeiro. A assembleia estava cheia, mais de 100 servidores(as) e alunos(as) participaram. Depois da assembleia, os presentes se encaminharam para o Ato Unificado dos Servidores Públicos Federais do Rio, um ato cheio também, com a presença de várias categorias do serviço público. De acordo com o levantamento do SINASEFE mais de 320 unidades em todo Brasil aderiram à greve.

Confira os principais encaminhamentos desta última assembleia:

 

  • Ocorrerá na próxima terça-feira, dia 9 de abril, às 14h, um ato organizado pelo Comando de Greve do SINTIFRJ em frente ao prédio da Reitoria da rua Buenos Aires. A manifestação será durante a reunião da gestão com o Comando de Greve. Os(as) estudantes estarão presentes. O intuito é exigir da Reitoria a suspensão do calendário acadêmico e o respeito à decisão soberana da assembleia de trabalhadores(as) de deflagrar a greve;
  • Será cobrado ainda que tal suspensão seja retroativa à data da deflagração da greve, 3 de abril;
  • Foi decidido não realizar nenhum tipo de registro no ponto eletrônico, até que estejamos seguros sobre quando e qual a melhor forma de fazê-lo;
  • Foi criada uma Comissão de Ética do Comando de Greve para deliberar sobre os serviços essenciais e outras questões pertinentes;
  • A próxima assembleia será realizada de forma virtual, na próxima quinta-feira, 11 de abril;
  • Foi proposta a criação de uma lista de e-mails de servidores(as) para disseminar informações sobre a greve para a comunidade do IFRJ e foi reforçado que a participação de todos na distribuição dos conteúdos da comunicação sindical durante o período de greve é essencial;
  • Reforçar que são também bandeiras de nossa luta: o fim do ponto eletrônico nos IFs (item incluído no “revogaço”), fim das terceirizações e abertura de novos concursos e, no IFRJ, a democratização do Consup e da comunicação institucional, debatendo, por exemplo, os critérios para concessão ou negação de acesso à lista de e-mails;
  • Buscar ampliar o diálogo e fortalecer a unidade com a mobilização de estudantes e do movimento estudantil;
  • Foi proposta a criação de um GT para a reformulação do calendário com manutenção do período de férias janeiro/julho; 
  • Foi proposta a criação de um fórum intercampi entre os setores a fim de padronizar a realização das atividades essenciais dos setores que são comuns a todos os campi; 
  • Os materiais de divulgação (banner, cards, faixas) nos campi e comunicação serão fornecidos pelo SINTIFRJ.  

 

Servidores e alunos relatam como a greve está sendo recebida em seus campi

As pautas centrais da assembleia foram os informes gerais, os informes da reunião entre Comando de Greve e a Reitoria no dia 1 de abril e os encaminhamentos. Durante os informes gerais, vários(as) servidores(as) e alunos(as) foram à frente relatar como está se concretizando a greve em cada campus. Foram listados diversos setores já parados, assembleias locais cheias, entre outras ações relacionadas. Dentre os que não aderiram ao movimento paredista, há muitos que têm o desejo de aderir, entretanto, ainda estão com dúvidas e inseguranças, principalmente em relação ao ponto eletrônico, se será cortado ou não, como justificar etc. Alguns docentes substitutos também estão inseguros por medo de terem seus contratos rompidos. Os(as) alunos(as) presentes demonstraram apoio à greve, mas relataram que colegas também têm inseguranças, como a de não se formar, por exemplo, ou o receio do cancelamento do auxílio transporte.  

Perante o exposto, a coordenadora geral do SINTIFRJ, Roberta Cassiano, pontuou que o medo diante das inseguranças em relação a ponto, ao calendário escolar, é algo comum mas que não pode de forma nenhuma paralisar a categoria, pois essa paralisação é o que os que estão contra a greve querem. Cassiano disse que o caminho assertivo para superar esse medo é agir coletivamente, estando juntos na luta, na formação política. Ela afirmou que com grande quantidade de alunos(as) e servidores(as) juntos, o movimento fica mais forte e com vantagem na luta, pois as gestões não sairão cortando pontos, principalmente porque este ano é eleitoral, além de nunca ter acontecido nas greves anteriores do IFRJ. A coordenadora pediu tranquilidade e confiança a todos e garantiu que o SINTIFRJ irá lutar para diminuir ao máximo todos os riscos. Ela também ressaltou que o medo que todos têm que ter é de adoecer em silêncio diante do desmonte da educação pública e a precarização das condições de trabalho dos servidores(as) dos Institutos Federais. 

 

Reunião entre o Comando de Greve e a Reitoria

No dia 1 de abril, o Comando de Greve e a Reitoria do IFRJ realizaram uma reunião para firmar acordos a respeito do movimento paredista no IFRJ. O reitor Rafael Almada estava presente, bem como representantes das Pró-Reitorias. Os gestores demonstraram apoio e reafirmaram a relevância das pautas defendidas pela greve nacional da educação.

Durante a reunião, não houve resposta assertiva da Reitoria em relação a nenhuma das demandas levadas pelo Comando de Greve. Rafael Almada disse que não daria uma declaração individual de apoio, como já o fizeram alguns reitores, mas que iria fazer uma declaração conjunta, conforme teria sido combinado no CONIF. Também afirmou que “não via problemas” em assumir o compromisso de não cortar o ponto dos servidores grevistas uma vez que acordamos de atender o percentual mínimo dos serviços essenciais e, posteriormente, repor as atividades represadas. Entretanto, não assinou nenhum compromisso oficial quanto a isso. Ele também considerou alguns problemas em suspender o calendário, colocando que precisaria conversar com sua equipe e remetendo essa pauta para a próxima reunião com o comando de greve. Foi considerada a possibilidade de que se o calendário fosse suspenso os auxílios também seriam, mas o comando entendeu que essa justificativa não é válida, pois com a suspensão do calendário os alunos não levam falta e a questão da verba da assistência estudantil é administrativa.

Sobre o registro do ponto eletrônico (para aqueles servidores que se encontram nessa modalidade), a reitoria solicitou que o sindicato desse uma orientação aos servidores, para que a mesma não partisse da gestão. A princípio, consideramos orientar o registro da ocorrência “greve” no ponto eletrônico, mas posteriormente avaliamos que o melhor será aguardar até que encontremos a orientação mais adequada, que não tenha potencial de trazer nenhum prejuízo aos servidores. Uma sugestão levantada na assembleia foi a possibilidade de que a própria Reitoria lance o período de greve, liberando os servidores deste registro. Todas as opções serão consideradas e avaliadas pelo Comando de Greve e posteriormente levadas para deliberação em  assembleia.

Por fim, foi acordado com a Reitoria reuniões semanais com o Comando de Greve durante o movimento paredista.

 

Orientações da greve e final da assembleia

Foi apresentado durante a assembleia um documento/carrossel com as orientações para a greve. O mesmo foi publicado nas nossas redes sociais.

No desfecho da assembleia, foi solicitado pelos presentes que se crie um calendário de mobilização e também foi formada uma Comissão de Ética do Comando de Greve, pois a mesma é fundamental para definir quais são as atividades essenciais que devem ser mantidas. Foram apresentadas também as atividades que já foram indicadas pelas pró-reitorias (com exceção da PRODIN) e as Direções Gerais como essenciais e que estão em análise pela comissão supramencionada que dará um parecer final e as encaminhará para os gestores e demais servidores . 

Por fim, Daniela Zanotti, coordenadora geral do SINTIFRJ, aconselhou que todos(as) busquem os(as) representantes sindicais de seus campi ou integrantes do Comando de Greve para que seja organizado esse período de greve, com formação política, rodas de conversa, atividades culturais, cine debates, entre outros. Nossas coordenadoras também incentivaram mais pessoas a entrarem no Comando de Greve. Alguns dos presentes se candidataram.

AGORA É GREVE! MOBILIZAÇÃO A MIL! VAMOS NOS COLOCAR EM AÇÃO! Atos, reuniões, atividades nos campi, assembleias recorrentes, agora mais do que nunca temos que nos mobilizar! Paramos o nosso trabalho nos institutos para lutar por um futuro melhor!

 

SINTIFRJ NA LUTA NESSA GREVE!

Direção Executiva – Biênio 2023-2025.