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SINTIFRJ participa do primeiro dia do 35º CONSINASEFE

Nesta quarta-feira teve início mais um CONSINASEFE, em Brasília-DF no Hotel San Marco. O Congresso teve como tema: “Construindo um SINASEFE forte, independente, inclusivo e de luta: desafios para a organização da classe trabalhadora”. O SINTIFRJ esteve presente na primeira mesa do congresso cujo tema foi: o avanço do conservadorismo sobre nossas existências: a LGBTQIAPN+fobia dentro dos espaços de construção da política sindical. 

Representando o sindicato, compôs a mesa a Coordenadora Geral Roberta Cassiano. É importante ressaltar que esta é primeira vez na história do SINASEFE que uma mesa do congresso aborda o combate a  LGBTQIAPN+fobia, mostrando cada vez mais a importância e a urgência que esse tema tem para a luta de classes.

Este ano o SINASEFE comemora 35 anos, e teve seu aniversário ressaltado na abertura pela membra da comissão e secretária-adjunta de comunicação do sindicato Tânia Regina, que leu um edital especial homenageando a data. Confira o edital completo no site do Sinasefe: 

https://sinasefe.org.br/consinasefe/2023/11/15/35o-consinasefe-1o-dia-teve-como-destaques-celebracao-pelos-35-anos-e-mesas-lgbtqiapn-e-de-conjuntura/

O primeiro dia do congresso pode ser dividido em 5 momentos, saudações aos presentes, minuto de silêncio, leitura do regimento interno, mesa 1 e 2. Confira abaixo como foi.

Saudações aos Presentes

Os três coordenadores gerais do SINASEFE fizeram uma saudação Os delegados e observadores que estavam no Congresso foram saudados pelos três coordenadores gerais do Sinasefe.

Artemis Martins, convocou todos e todas para fortalecer a categoria através da luta, e pensar nestas lutas a partir das tarefas que teremos pela frente.

Elenira Vilela, expressou o orgulho pelo SINASEFE, e toda sua história nestes 35 anos de luta por uma educação pública de qualidade.

David Lobão ressaltou que o SINASEFE defenderá os interesses da base, independente do governo, e construirá todas as mobilizações necessárias para cobrar o governo Lula. 

Por fim, Maria Lucia Lopes (3ª vice-presidenta do Andes-SN) ressaltou as consequências do modo de produção capitalista para a classe trabalhadora, e que o destino disto é uma tragédia social, climática e humanitária, e que os presentes façam uma análise sobre isso.

Minutos de silêncio

Durante o congresso, houve dois momentos em que todos fizeram 1 minuto de silêncio.O primeiro momento foi em memória das vítimas das guerras e da pandemia.

E o segundo momento foi em homenagem à memória de Marinalva Oliveira (ex-Presidenta do Andes-SN) e de Carlos Augusto dos Santos (sindicalizado do Sindscope-RJ).

Regimento Interno

Após os minutos de silêncio, tivemos a pauta da leitura e aprovação do Regimento Interno do Congresso – que foi aprovado inicialmente pela 184ª Plenária Nacional do SINASEFE.

A mesa foi aberta por Diego Rodolfo (1º tesoureiro) e William Carvalho (CNS), membros da Comissão de Organização, e posteriormente conduzida pela coordenação geral, Artemis Martins, David Lobão e Elenira Vilela.

Ao finalizar a leitura do Regimento Interno, apresentação dos destaques ao texto original e deliberações pelo plenário, tivemos como principais alterações:

  • Substituição da sigla LGBTQIAP+ por LGBTQIAPN+ – artigos 3, 6, 7 e 16;
  • Inserção da Mesa sobre Carreira (que ocorrerá em 19/11) como orgão do 35º CONSINASEFE – artigo 6, passando a ser o item VII e os demais renumerados de VIII a XI;
  • Programação da tarde de 16/11 modificada para que participantes do 35º CONSINASEFE realizem um Ato Público em frente ao DNIT (Asa Norte), onde ocorrerá, a partir das 14 horas, reunião da Mesa Nacional de Negociação Permanente – a programação original do período da tarde de 16/11 passará para a noite do mesmo dia, com extensão do horário de término das 20 horas para às 21h30min – artigo 16;
  • As 18 Teses de Conjuntura serão apresentadas na manhã de 18/11 – artigo 16.

Mesa 1 – O avanço do conservadorismo sobre nossas existências: a LGBTQIAPN+fobia dentro dos espaços de construção da política sindical

A primeira mesa de debate do 35º CONSINASEFE, teve seu início às 14h, e debateu o combate à opressão de pessoas LGBTQIAPN+.

A mesa foi mediada por José Eurico Ramos (secretário-adjunto de combate às opressões), que realizou a leitura do Manifesto “Não Somos Invisíveis”, lançado pelo SINASEFE em 28/08. 

Confira o manifesto no link abaixo:

https://sinasefe.org.br/site/nao-somos-invisiveis-manifesto-pela-criacao-do-gt-lgbtia/

Além dele, a mesa também foi composta pela Roberta Cassiano, Coordenadora Geral do SINTIFRJ, Gabriel de Oliveira Rodrigues (docente do CMPA) e Jennifer Karolinny (docente do IFCE). Por motivos de saúde, Karina Rodrigues. Albuquerque (diretora do Sindicato dos Moedeiros) não pôde estar presente, e enviou um vídeo para o congresso.

Quem abriu a mesa foi a Coordenadora Geral do SINTIFRJ Roberta Cassiano e falou da necessidade das pessoas LGBTQIAPN+ ocuparem os espaços de luta da classe trabalhadora, e que esses locais sejam acolhedores para dar voz às pessoas LGBTQIAPN+. “Precisamos fincar nossa bandeira para mostrar que não somos invisíveis”, sustentou, e afirmou ainda que os sindicatos precisam disputar a juventude e a classe trabalhadora considerando a sua pluralidade e os marcadores de diferença que os(as/es) coloca em condições específicas e diferentes de precariedade e vulnerabilidade. É importante ressaltar que esta é a primeira mesa sobre o tema realizada pelo SINASEFE. 

Gabriel Rodrigues falou que, em 2022, ocorrem 228 assassinatos de pessoas LGBTQIAPN+ e conectou esse terrível fato com os avanços das pautas da direita em nosso país. “Temos o direito de amar quem quisermos e não podemos ser vítimas de ódio por isso; não pode haver LGBTQIAPN+fobia nem na sociedade, nem nos locais de trabalho e nem na nossa militância, e essa precisa ser a luta desse sindicato”, disse Gabriel.

Para Jenni Karolinny, a luta dos LGBTQIAPN+ deve estar ligada à luta da classe trabalhadora, pois essas pessoas estão inseridas na classe. Segundo Jenni, é preciso parar de olhar para a questão de gênero e de diversidade sexual como se fosse uma questão a parte, específica, subjetiva e identitária, pois estas demandas e anseios fazem parte de uma parcela da classe, que se encontra muitas vezes excluída. Tratar este assunto de maneiras separadas, traz prejuízo para a luta de classes.

Durante a mediação da mesa, Eurico proferiu alguns comentários entre as falas dos palestrantes. Em um determinado momento, afirmou a importância de identificar a orientação sexual no ambiente escolar, para que os alunos e alunas se sentissem acolhidos e acolhidas. Em outro momento fez uma provocação a plateia, afirmando aos presentes, que cada um deles ou delas, conhecia pelo menos uma pessoa LGBTQIAPN+ que foi assassinada por causa da sua orientação sexual.

Após as palestras, participantes do congresso apresentaram duas reflexões sobre o teme e apresentaram pedido de aprovação de duas moções: uma de repúdio à juíza Andrea Cristina Rodrigues Studer e outra de apoio à jornalista Schirlei Alves. Ao defender uma vítima de esturpo em sua reportagem, a jornalista Schirlei foi condenada, injustamente, pela juíza Andrea a um ano de prisão e multa de R$ 400 mil.

 

Mesa 2 – Conjuntura

A segunda mesa de debate do 35º CONSINASEFE teve início às 18 horas, e debateu a conjuntura política atual.

A mesa foi mediada pelas coordenadoras gerais Artemis Martins e Elenira Vilela. Compuseram a mesa como palestrantes Leonardo Péricles (presidente da Unidade Popular), Ivanilda Oliveira Silva Reis (coordenadora geral da Fasubra) e Breno Altman (jornalista e fundador do site Opera Mundi).

Léo Péricles iniciou as falas da mesa e afirmou que  “o fascismo segue como inimigo central dos movimentos sociais e populares, por isso devemos dar seguimento à luta pela prisão de Bolsonaro e dos generais golpistas”. Ele também abordou a importância da unidade e da mobilização dos trabalhadores e das trabalhadoras para negociar com o atual governo, pois diferente do governo anterior, existe abertura para o diálogo, sendo possível almejar conquistas para a classe trabalhadora.

Ivanilda Reis, destacou a importância dos serviços públicos, e que esta importância fica ainda mais evidente durante o período da pandemia. Abordou também a questão da falta da valorização salarial prejudica as lutas. “A luta dos servidores garantiu a nossa sobrevivência e graças a ela podemos estar aqui agora”

O último palestrante da mesa, Breno Altman fez sua fala voltada para o massacre de Israel contra a Palestina. Ele destaca que não é apenas um luta do povo palestino mas sim de todos os povos contro o colonialismo, pois essa guerra que faz parte de uma estratégia de dominação imperialista. Ele também cobrou uma postura de maior pressão contra o Governo Lula: “se a classe trabalhadora não for capaz de se reiventar para disputar os rumos desse governo, a possibilidade da extrema direita se reorganizar e voltar ao poder não é pequena; é necessário lutar, é necessário pressionar, é necessário reivindicar; necessitamos de uma estratégia de confronto e mobilização pelas nossas pautas”.

Antes do final do primeiro dia do congresso, a mesa contou com falas dos participantes, e em seguida passou para as considerações finais dos palestrantes, encerrando o primeiro dia do 35° CONSINASEFE.