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Após pressão do Comando de Greve, trabalhadores e estudantes, a Reitoria do IFRJ suspende o calendário acadêmico

Através de muita luta e muita mobilização, ontem, dia 9 de abril, durante a reunião do Comando de Greve com a Reitoria, os(as) trabalhadores(as) e estudantes do IFRJ conquistaram a suspensão do calendário acadêmico do Instituto em razão da greve nacional da educação em curso. A suspensão será feita de maneira retroativa a partir do dia 3 de abril, dia em que a greve se iniciou. Foi elaborado pela Reitoria e pelo Comando de Greve um documento que garante a suspensão do calendário. Este mesmo garante a segurança jurídica dos(as) trabalhadores(as).

Ficou firmado também nesse acordo o não corte de ponto mediante acordo do comando de greve com a gestão sobre a reposição qualitativa das atividades represadas, garantindo a minimização de possíveis prejuízos aos(as) servidores(as) e alunos(as). A greve ocorrerá dentro dos limites estabelecidos por lei, mantendo todas as atividades consideradas essenciais com o mínimo de 30% da força de trabalho. Você pode conferir a lista de atividades essenciais e não essenciais neste documento abaixo. Este documento foi apresentado durante a reunião.

Dezenas de servidores(as) e alunos(as) do IFRJ se mobilizaram e estiveram presentes neste ato no prédio da Reitoria (Buenos Aires), organizado pelo SINTIFRJ, que serviu justamente para pressionar a gestão e reforçar a legitimidade e a legalidade da greve que já está em curso no Brasil inteiro. O auditório da reitoria estava lotado, mostrando o envolvimento de toda a comunidade com as pautas defendidas pela greve. Muitos falaram e se posicionaram afirmando ser um absurdo a Reitoria travar a suspensão do calendário e os(as) servidores(as) e estudantes terem que insistir para a suspensão. De acordo com os presentes, o calendário já era para ter sido suspenso assim que se iniciou a greve. A gestão ainda convocou reuniões e conselhos e declarou que estava “aguardando” a posição do CONIF” para decidir algo que não cabe a ela e sim à assembleia dos(as) trabalhadores(as). A demora para a suspensão poderia prejudicar muitos(as) alunos(as) e trabalhadores(as) que ficaram inseguros, perdidos, sem saber o que fazer. Alguns professores ameaçaram estudantes com a continuidade das avaliações, o que só reforça a urgência da suspensão do calendário. Outra crítica recorrente foi à inexistência do Consup atualmente em nossa instituição.

Também foi notável a fala de estudantes que afirmaram a importância da união dos servidores e alunos e de lutarmos por um orçamento maior para a educação, pois é justamente a falta de orçamento que gera a precarização da infraestrutura, das assistências estudantis, da alimentação, como a ausência de bandejão. Alguns estudantes novamente protestaram pelos auxílios, denunciando atrasos nos alugueis e evasão escolar.

Também durante esta reunião a Comissão de Ética da greve, cujo os membros foram eleitos na assembleia do dia 3 de abril, se apresentou e apresentou seu relatório inicial. Abriu-se então um momento de dúvidas e sugestões. A discussão do relatório inicial da Comissão de Ética será retomada na próxima assembleia, que será nesta quinta, dia 11 de abril, às 14h de forma remota.

Essa vitória mostra que a organização, a força coletiva é capaz de avançar naquilo que é necessário, sobretudo, neste momento, o exercício do direito constitucional à greve dos(as) trabalhadores(as) do IFRJ. Por isso a importância de estarmos sempre juntos! Agora mais do que nunca, convocamos todos a aderirem a greve, a paralisar as atividades que não são consideradas essenciais e virem para luta por esses direitos fundamentais: a recomposição salarial já, a reestruturação das carreiras já, a valorização do orçamento da educação, a revogação das medidas anti-trabalhistas dos governos Temer e Bolsonaro e a revogação do Novo Ensino Médio.

Vamos juntos dialogar com os colegas que estão com receio de aderir, tranquilizar os alunos, toda a comunidade e fortalecer esse movimento. Vamos à luta! Agora é greve!                   

 

SINTIFRJ na luta!

Direção Executiva – Biênio 2023-2025.