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SINTIFRJ presente no 3º Encontro de Mulheres da América Latina e Caribe

O 3º Encontro de Mulheres da América Latina e Caribe reuniu cerca de mil mulheres: trabalhadoras da cidade e do campo, estudantes, com deficiência, desempregadas, artistas, trabalhadoras autônomas, intelectuais, indígenas e quilombolas, de várias idades e raças, de 11 países: Brasil, Argentina, Colômbia, El Salvador, Equador, México, Paraguai, Peru, República Dominicana, Uruguai e Venezuela.

A delegação do Rio de Janeiro contou com 57 mulheres de todo o estado, organizadas por Rafaela Luz e Monique Zuma, ambas coordenadoras estaduais do Movimento de Mulheres Olga Benário, e Gabriela Gonçalves, coordenadora nacional do mesmo movimento. Esteve presente nesse grupo a servidora TAE do IFRJ, atual diretora administrativa do campus Paracambi, Bianca Ponciano Prell. 

Entre os dias 21 e 23 de julho, na Universidade de Brasília (Brasília-DF), as delegadas do Brasil e dos demais países presentes, compartilharam e debateram a situação econômica, política e social em que vivem seus povos, principalmente as mulheres, trocaram experiências de luta e formas de organização.

O primeiro dia começou com uma marcha realizada na Esplanada dos Ministérios, com o lema “Pelos direitos e a emancipação das mulheres! Por uma América Latina e um Caribe soberanos!”. Ao final, foi entregue uma carta com análise de conjuntura e demandas das mulheres às representantes do Ministério das Mulheres, do Ministério da Igualdade Racial e do Ministério dos Povos Indígenas.

O segundo dia foi de debates em 16 grupos de trabalho dos mais diversos temas que atravessam as mulheres: Mulheres e diversidade, Mulheres e migração na América Latina e no Caribe; Violência contra as mulheres; Mulheres, economia e desenvolvimento de cidades e territórios comunitários, dentre outros.

No último dia foi realizada uma plenária com a exposição das propostas aprovadas nos 16 grupos temáticos que ocorreram no dia anterior, encaminhando pautas de luta para os movimentos de mulheres de toda a América Latina e Caribe para os próximos anos.

Foi realizada ainda, de acordo com a única servidora do IFRJ presente no evento, Bianca Prell, uma linda homenagem para quatro companheiras que são exemplos de luta e de vida para todas as mulheres: Cristina Cabib, Mães da Praça de Maio (Argentina), Maria das Graças, militante do Partido Comunista Revolucionário que lutou contra a Ditadura Militar brasileira, Guita Marly, percussora na construção do Movimento de Mulheres Olga Benário, e Ñasaindy Barrett (Filha de Soledad Barrett, morta e desaparecida no Brasil em 1973). Segundo a servidora, foi um momento de enorme emoção na plenária.

Ainda segundo avaliação de Prell, outros momentos marcantes foram as moções de solidariedade às mulheres que resistem ao golpe de estado no Peru, ocorrido ano passado, às trabalhadoras da Enfermagem, que seguem na luta pela implementação do piso salarial no Brasil, e ao povo da Venezuela, que enfrenta  grave crise política e social, fruto da imposição do bloqueio econômico imposto pelos EUA.

No final do encontro foi aprovado o próximo país que sediará o 4º Encontro de Mulheres da América Latina e Caribe, em 2026: a Argentina. Também foi aprovada uma agenda de lutas que culminará na Jornada Latino-Americana e Caribenha contra o fascismo e o imperialismo na região, pela soberania e pelos direitos das mulheres.

Bianca trouxe, em complemento, a percepção de que todo o trabalho foi realizado com grande animação e união, em meio a palavras de ordem, exposições e apresentações culturais, além de feiras para colaborar nas finanças dos movimentos presentes nesse 3º Encontro. O evento contou ainda com tradutores voluntários a fim de facilitar a comunicação e a transmissão do evento.

Outro ponto alto do evento foi a creche. Crianças de diversas idades, nacionalidades e etnias, e com as mais diversas necessidades específicas foram acolhidas e cuidadas por voluntárias, que montaram programações infantis durante a realização de todo o evento, possibilitando a participação plena e tranquila de centenas de mães no evento.

Também presente no evento, a aluna do IFRJ campus Rio de Janeiro e integrante da Federação Nacional dos Estudantes em Ensino Técnico (FENET), Lívia Abrantes, fez menção ao encontro ter sido uma experiência única de conhecer mulheres incríveis e de luta dos diversos países. A integrante da FENET ressaltou, ainda, a importância de se estar entre outras pessoas que se dedicam a lutar por um mundo melhor para nossas mulheres viverem.

O encontro evidenciou a necessidade de organização das mulheres da América Latina e Caribe no combate às opressões sociais e de gênero. Por exemplo, a luta contra a fome, o desemprego e a miséria, pela liberdade e independência dos países, pelo fim das desigualdades. Em essência, a luta pelo fim do sistema capitalista e a construção de uma nova sociedade livre, pois dentro desse modelo de sociedade não existe possibilidade de melhora definitiva, ainda menos a depender do setor empresarial e dos nossos Estados.

Para maiores detalhes sobre o tema, confira nos links abaixo, respectivamente, o instagram oficial do 3º Encontro Latino-americano e Caribenho de Mulheres e a declaração final produzida neste evento.

https://www.instagram.com/enc.mujereslatinasycaribenas/?igshid=MzRlODBiNWFlZA==

https://averdade.org.br/wp-content/uploads/2023/07/Plataforma-do-Brasil-Declaracao-Final-do-3o-Encontro-de-Mulheres-da-America-Latina-e-do-Caribe.pdf