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Segundo dia do 2° ENNIQ

No dia 23 de março, foi o segundo dia do 2° ENNIQ contou mesas fundamentais para o debate da defesa e inclusão de indígenas, negros e quilombolas na educação e no sindicato com temáticas relacionadas à defesa das identidades e territorialidades no Brasil, a arte como resistência étnica e o racismo religioso. 

Uma mesa que tomou destaque foi a que teve como pauta os “10 anos das cotas raciais: em defesa das ações afirmativas e o (não) lugar do SINASEFE”. Contou com os participantes Felipe Tuxá, indígena do povo Tuxá Aldeia Mãe, membro da Associação Brasileira de Antropologia, Lígia Ferreira, professora do curso de Letras-Libras da Ufal e ex-diretora do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Neabi) da Ufal, e Marcilene Garcia, líder do Grupo de Pesquisa Reexistência, sobre negros e povos indígenas e diretora de Políticas Afirmativas e Assuntos Estudantis do IFBA. Antes da conversa houve uma belíssima apresentação artística do dançarino Negro da Luz e seu grupo.

Os palestrantes trouxeram pontos importantes. Felipe Tuxá, contou como entrou na universidade e percebeu que ela também era lugar de indígenas. Já Marcilene trouxe o tema polêmico da heteroidentificação (identificar-se negro ou não) e o triste fato da existência do racismo dentro das própria estrutura dos IFs. Ela trouxe um levantamento que apontou maioria de reitores brancos no Brasil, inclusive no IFBA na Bahia, onde 80% da população é negra. Ligia por sua vez falou da necessidade das minorias ocuparem espaço. “Ocupar os lugares é o papel das políticas de ação afirmativas” afirmou ela.

Outras pautas também debatidas foram: o acolhimento dos indígenas na universidade, o problema da lei de cotas e necessidade de melhoria pois as vagas para negros, indígenas e deficientes ainda são poucas por causa da subcota, o impacto na produção de conhecimento dos indígenas e quilombolas na universidade, o lugar que ocupam na sociedade, o racismo dentro da própria esquerda, a apropriação de vagas negras por políticos brancos, entre outros.

A mesa terminou com uma rodada de perguntas dos participantes, sendo a heteroidentificação o assunto mais comentado.