Temos presenciado nas redes sociais questionamentos de estudantes e responsáveis sobre a atual greve nos institutos e universidades federais, que muitas vezes têm ultrapassado os limites da liberdade de expressão e se configurado como ataques pessoais e ameaças a servidoras e servidores que estão construindo legitimamente o movimento nacional em defesa da educação pública federal.
O comando de greve do Sintifrj reitera que não tolera este tipo de comportamento, o qual não condiz com quem defende e se beneficia da educação pública, e reafirma que a greve é o legítimo instrumento dos trabalhadores e trabalhadoras quando suas condições de trabalho e remuneração são desvalorizadas e sucateadas.
As conquistas de direitos e condições dignas de vida, estudo e trabalho nunca foram concedidas dentro do sistema capitalista de bom grado pelas classes economicamente dominantes. Pelo contrário, o que puderem tirar de nós para nos subjugar e explorar, o farão cada vez mais, se não opusermos a resistência de nossa força coletiva.
Vivemos um período de aprofundamento de políticas neoliberais que têm como um de seus objetivos principais acabar com os serviços públicos oferecidos para a população, para que todas as áreas da vida sejam mercantilizadas e disponibilizadas com qualidade apenas para aqueles que podem pagar mais.
É necessário que responsáveis e estudantes entendam que nossos verdadeiros inimigos não são os servidores, servidoras e estudantes que se unem neste momento em defesa do ensino público de qualidade, mas aqueles que querem acabar com os serviços públicos para poder se beneficiar privadamente com as verbas que deveriam ser destinadas à população. Por isso é fundamental que todas e todos estejamos juntos neste momento para defender a rede federal de educação pública.
É importante lembrar que atrasos na conclusão dos cursos aconteceram em inúmeras greves da educação que ocorreram em anos anteriores e que se os atuais estudantes ainda podem se beneficiar de uma educação pública de qualidade é porque outros antes deles também passaram por e superaram estas dificuldades, em prol do bem comum.
Também é oportuno lembrar que são possíveis recursos administrativos e/ou legais para viabilizar o ingresso nas universidades ou no mercado de trabalho ainda que a conclusão do curso não tenha ocorrido no prazo previsto.
Por esses motivos, o comando de greve do Sintifrj conclama toda a comunidade interna e externa ao IFRJ a se juntar ao movimento nacional em defesa da educação pública federal, para garantir que os atuais e futuros filhos e filhas da classe trabalhadora continuem a ter acesso, e cada vez mais, ao ensino público de qualidade, desde o ensino fundamental até o ensino superior.
