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ASSEMBLEIA LOCAL DO DIA 25 DE OUTUBRO DE 2023 NO CAMPUS SÃO JOÃO DE MERITI

No dia 25/10/2023, ocorreu no campus São João de Meriti, a partir das 14h15, assembleia local do SINTIFRJ, a fim de tratar de temas sensíveis, como atraso no pagamento dos auxílios dos alunos, questões de infraestrutura local, desempenho de coordenações e núcleos, dentre outros assuntos, além da escuta de demandas da comunidade.

Estiveram presentes nessa ocasião, a representante local do Sintifrj, Veridiana Chiari Gatto, e Daniel Mendes, o coordenador de comunicação geral de comunicação do Sintifrj,  além de 27 pessoas, distribuídas entre servidoras(es) e alunas(os).

Foi posição consensual entre a comunidade de que, inicialmente, cabe à gestão do campus assumir suas responsabilidades e se dirigir à sua comunidade acadêmica, haja visto que presente momento, quaisquer pronunciamentos foram realizados, inclusive, sequer um comunicado oficial de quem são os membros atuais da equipe gestora do campus, haja vista as inúmeras licenças que houve nos últimos tempos, deixando a comunidade em situação extremamente fragilizada. Servidores presentes mencionaram, a título de exemplo da situação insustentável vivenciada no campus, a não convocação, por parte da Direção de Ensino, para a realização dos Conselhos de Classe. 

Os presentes fizeram menção, também, que após seu retorno, o Diretor-geral de São João de Meriti se apresenta ainda menos disposto a dialogar com sua comunidade, desenvolvendo, prioritariamente, ações para a sua autopromoção, em detrimento das que possam trazer melhorias ao campus.  

Durante o processo de escuta dos membros da comunidade do campus São João de Meriti, foram levantados pontos referentes ao atraso nos pagamentos do PAE. Os alunos retrataram que há atrasos no pagamento referentes, inclusive, às bolsas que deveriam ter sido quitadas em 2023.1, trazendo, ainda, que os auxílios referentes ao semestre 2023.2, sequer tiveram iniciados sua concessão. Um servidor, mencionou, também, que o valor disponível para subsidiar os auxílios do segundo semestre de 2023 é de apenas R$ 18.000 aproximadamente, sendo insuficiente para incluir na lista de beneficiários qualquer aluno que tenha demandado em 2023.2, e sendo o suficiente para garantir o pagamento de apenas 1 cota e somente aos beneficiários de 2023.1. 

Docente presente se manifestou alegando que não se sente confortável em trabalhar em uma sala de aula em que os alunos não possuem condições igualitárias para permanência na instituição devido aos sistêmicos atrasos no pagamentos das bolsas permanência. Complementou, ainda, outro servidor, alegando que não se sente confortável em cobrar presença dos alunos, em uma situação em que os subsídios para garantir a permanência dos alunos são negligenciados pela Reitoria, com omissão por parte da Direção-geral do campus.

 Sobre a questão do ponto eletrônico, os presentes afirmaram que o problema central não é a carga horária, mas as péssimas condições infraestruturais a que estarão submetidos ao longo dessa jornada: desconforto térmico, mobiliário inadequado, ausência de locais adequados para convívio coletivo, ausência de possibilidade de alimentação na região (região com pouca disponibilidade de estabelecimentos que forneçam refeições,  inexistência de cantina e bandejão) etc. A comunidade afirma que entende que essa situação é oriunda de um cenário de ausência de prioridade da reitoria em relação às pautas de interesse do campus e, também, em relação à sua comunidade acadêmica.

Houve, ainda, menção, por parte dos servidores e alunos presentes, da ineficiência dos núcleos existentes no campus (Neabi, Nugeds e Napne) e de determinadas coordenações. Segundo a comunidade, a coordenação de pesquisa e a de extensão estão completamente inoperantes, trazendo prejuízos às atividades inerentes àquelas áreas; o Nugeds possui uma servidora que foi eleita e não foi nomeada pelo Diretor-geral e no Neabi sequer eleições são ventiladas,, em demonstração de arbitrariedade – situação semelhante ao ocorrido na não nomeação do coordenador eleito do eixo de Gestão de Negócios, que só foi ocorrer há mais de 1 ano do fim do processo eleitoral; enquanto o Napne, apesar de possuir coordenação, este não é capaz de tratar de forma adequada as demandas locais  – como exemplo foi citado pelos discentes, situação em que foram mapeados os alunos PCD, a fim de haver um tratamento mais minucioso e aproximado as demandas trazidas por eles, porém sem ter havido qualquer devolutiva sobre o desenrolar desse processo.  

Os membros presentes, citaram, inclusive, a COIEE como o exemplo de um setor que simplesmente inexiste no campus São João de Meriti, trazendo inúmeros prejuízos à dinâmica de oportunidades de estágio aos alunos de São João de Meriti, em sua grande maioria carentes, tendendo a favorecer ainda mais o cenário de forte evasão dos alunos da instituição. 

Os alunos mencionaram, ainda, que foi negada por parte da gestão a concessão de uma sala para alocar o grêmio estudantil, sob o argumento de que não haveria disponibilidade de espaço no momento, sem haver qualquer possibilidade de mudança do cenário a curto prazo. Também foi mencionado pelos discentes, situação em que um aluno foi repreendido pela direção do campus por se dirigir ao reitor diretamente. Posicionamento claramente opressor e incompatível com os fundamentos da educação.

Foi trazido à tona, novamente, a questão das câmeras de monitoramento instaladas no campus São João de Meriti por continuarem em situação irregular. Isto pois, segundo denúncia anônima ao sindicato, o processo aberto para regularização da situação não teve suas exigências atendidas, tendo sido arquivado sem resolução do mérito, e as câmeras, ainda assim, reinstaladas. Sobre esse tema, servidores presentes se manifestaram, dizendo que o que continua a acontecer no campus São João de Meriti, diante da situação atual, é , de forma arbitrária, um particular vigiando terceiros, o que vem a ser simplesmente inadmissível no serviço público.

Foi amplamente comentado, também, tanto por alunos quanto por servidores, possível utilização do e-mail institucional do diretor-geral para veicular conteúdo de cunho privado, completamente não aderente ao âmbito do IFRJ, por meio de mensagens eletrônicas disparadas, indiscriminadamente e em farta quantidade, aos e-mails dos servidores e alunos do campus, sendo mencionado por um servidor que cabe levar em consideração que o próprio IFRJ pode ser responsabilizado por não resguardar os dados pessoais dos membros de sua comunidade acadêmica. 

Em seguida, por fim, surgiu, por parte da comunidade acadêmica, a ideia de realizar no dia seguinte, 26/10/2023, no auditório do campus São João de Meriti, um cine com pipoca para assistir ao vídeo de pronunciamento oficial do diretor-geral do campus, um dos materiais de cunho pessoal do diretor amplamente veiculados por meio de seu e-mail institucional, a fim de discutir os limites entre o público e o privado com os participantes. 

Portanto, diante do apresentado, foram encaminhadas as seguintes demandas:

 

  1. Pagamento imediato das cotas atrasadas do PAE (tanto as referentes aos semestres de 2023.1, quanto 2023.2, inclusive para os ingressantes em 2023.2);
  2. Disponibilização de orçamento extraordinário por parte da reitoria para subsidiar o transporte dos alunos que são residentes do município de São João de Meriti (somente aos alunos não residentes de São João de Meriti é concedida a gratuidade no transporte), a fim de minorar os altos índices de evasão estudantil;
  3. Nomeação imediata da coordenadora eleita do NUGEDS, eleição para coordenador(a) do NEABI, atuação mais efetiva do NANE e reestruturação da COIEE, a fim de que as políticas institucionais de estágio sejam reestabelecidas;
  4. Convocação imediata, por parte da gestão, de reunião geral no campus;
  5. Fornecimento de informações objetivas sobre em que patamar se encontra o processo administrativo referente à instalação do bandejão no Campus São João de Meriti;
  6. Disponibilização imediata de um local adequado para funcionar como sede provisória do Grêmio Estudantil;
  7. Realocação das TVs, recém adquiridas pelo campus e alocadas em locais inadequados – como por exemplo em corredores -, para os espaços pedagógicos.