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Servidores do IFRJ conquistam reunião com o reitor Rafael Almada após ato na Reitoria

Mais de cem de servidores e servidoras do IFRJ lotaram a entrada da Reitoria do Instituto (prédio da Buenos Aires) nesta última terça-feira, dia 3 de outubro, protestando por uma reunião com o reitor Rafael Almada para debater o Programa de Gestão e Desempenho (PDG) e para solicitar a transparência de como será a implementação do controle eletrônico. O ato representou a angústia e a insegurança dos servidores(as) mediante a negligência da gestão do reitor quanto a falta de informações sobre o processo de implementação do controle eletrônico, a ausência de reuniões do Consup sobre o assunto e os ofícios enviados pelo SINTIFRJ que não foram respondidos.

Felizmente os trabalhadores(as) conseguiram que a reunião ocorresse, a mesma teve as seguintes deliberações após: no dia 9 de outubro, o reitor fará uma reunião com o SINTIFRJ para alinhar e documentar tudo o que foi discutido, além disso, haverá reuniões entre os servidores, dentre eles representantes TAEs e docentes, junto ao diretor de cada campi e a pró reitoria para discutir como será a implementação do controle eletrônico de acordo com as condições do local. Essas deliberações se consolidaram após muito debate e exigências dos servidores que mostraram que a luta é eficaz quando se trata de exigir uma postura mais transparente do reitor. Agora é lutar para que essas deliberações se consolidem, a pressão continua. 

 

Confira o que aconteceu.

A concentração iniciou às 11h da manhã na entrada da Reitoria (prédio da Buenos Aires). Depois de comunicarem à recepção a intenção da reunião, os servidores e servidoras presentes começaram a entoar cantos e soprar apitos para demonstrar que queriam que suas vozes fossem ouvidas após a ausência de respostas. O reitor Rafael Almada estava em outra reunião. Os servidores(as), sabendo de sua presença na Reitoria, adentraram ao prédio e se encaminharam para o auditório, que ficou lotado de tal forma, que alguns trabalhadores tiveram de se sentar no chão. 

Apesar do reitor ter afirmado que receberia as representações sindicais presentes, foi considerado que todos e todas deveriam ter o direito de apresentar as suas questões e, por isso, os servidores e servidoras subiram até o auditório, onde ocorreu a reunião.  

Nesse espaço os(as) servidores(as) fizeram falas com dúvidas e angústia em relação a implementação do controle eletrônico, destacando a situação de seus campi, os problemas com a infraestrutura e a falta de equipamentos, como computadores. Segundo uma das docentes do IFRJ Campus Nilópolis, há cerca de 200 professores e apenas cinco computadores, uma situação precária para que todos possam trabalhar juntos segundo as possíveis exigências do controle eletrônico. Também foi questionada a falha comunicação da reitoria para com os servidores, pois como ficou claro, a reitoria comunicou a implementação do controle eletrônico em cima da hora e agora mesmo que tenha enviado Instruções Normativas e vídeos explicativos não conseguiu contemplar as dúvidas e angústias dos servidores. 

Depois foi citado pelos servidores(as) o PGD, o quanto ele pode ser benéfico aos servidores(as), sobretudo TAEs, e como acreditam que o mesmo não é um interesse para a reitoria, uma vez que para funcionar o PDG precisa do empenho e do apoio da gestão que não tem dialogado sobre. Lembrando que o PGD é um programa que possibilita a criação de outras formas de trabalho, como a construção de plano de entrega flexível e organizado, além de possibilitar o trabalho remoto em alguns casos ou dias. Em suma, tudo que os servidores(as) demonstraram é querer participar de todo o processo, e que o mesmo fosse mais democrático por parte da gestão do reitor, que ouvisse os trabalhadores(as), pois é a vida deles que será diretamente afetada. O próprio SINTIFRJ, que é o instrumento de defesa dos trabalhadores(as), não foi incluído nesses processos.

Além disso, alguns servidores(as) do IFRJ Campus São João de Meriti (SJM) estiveram presentes e relembraram a situação atual da comunidade, os desgastes emocionais e profissionais que aquela comunidade sofre e a angústia com o retorno do diretor Rodney Albuquerque após suas férias e licenças médicas. Destacaram alguns episódios em que Rodney desvalorizou através de vídeos privados as denúncias de assédio de alunas chamando as acusações de “esfarrapadas”, utilizou as redes do IFRJ SJM para promover sua imagem e colocou as câmeras no Campus, bancadas do próprio bolso, para monitorar aquela comunidade. Um servidor destacou o quanto é grave que a situação tenha chegado a esse ponto e que isso pode acontecer em outros campi, visto que a Reitoria não toma ações incisivas para defender os trabalhadores. A ausência de ações efetivas do reitor, como afastar o diretor até que todo o caso seja investigado pela Comissão de Ética, faz com que aquela comunidade continue sofrendo.

Foi mencionado, ainda, que em seu vídeo, auto intitulado de pronunciamento, o Diretor Rodney afirma que os servidores não somente do campus São João de Meriti, mas de todo o IFRJ, que são contrários a implementação do ponto eletrônico, fazem-no por medo de perderem seus privilégios pessoais, dando a entender que a rejeição ao modelo de controle de frequência que se aproxima por parte dos trabalhadores do IFRJ se dá por estes não desejarem cumprir suas jornadas de trabalho.   

Respondendo aos servidores(as), o reitor Rafael Almada se declarou contrário à decisão judicial da implementação do controle eletrônico desde o início, entretanto, como é determinado judicialmente, informou que não teria como desobedecer. Almada alegou que a Reitoria tentou estabelecer meios para rejeitar essa decisão, mas não conseguiu. Então o reitor deixou claro que a implementação do controle eletrônico será feita, mas continuou não dando maiores detalhes de como o processo será realizado, permanecendo assim a sensação de angústia por parte.dos trabalhadores e trabalhadoras do IFRJ. Ele afirmou que será um processo específico em cada campus e que pode ter erros que precisarão ser reportados pelos(as) próprios(as) trabalhadores(as). 

Quanto ao PGD, o reitor ressaltou que o PDG e trabalho remoto são coisas distintas, sendo o teletrabalho só um possível instrumento dentro do PGD. Todavia, levantou a possibilidade do servidor escolher de que forma vai poder trabalhar. Porém, falta uma maior objetividade e clareza nas orientações da reitoria. Cabe destacar que o fato do reitor ter proposto isso não significa que o mesmo será executado. 

E por fim, comentando sobre o IFRJ Campus São João de Meriti, Almada novamente ressaltou que tudo depende do Conselho de Ética e que o mesmo ainda está apurando. Ele acredita que não deve se posicionar a respeito do Rodney até que sejam apurados os fatos. Ou seja, mais uma vez se esquivou perante a esse caso gravíssimo. O reitor afirmou prazo de tramitação do processo do Conselho de Ética é de até um ano. Os servidores da Comunidade São João de Meriti ficaram angustiados, pois possivelmente ainda terão que suportar ações do diretor Rodney. A reitoria permanece inativa enquanto aquela comunidade padece nas mãos do atual diretor.

No fim da reunião, foram dados os encaminhamentos descritos no início do texto.

Apesar da luta estar apenas começando, essa reunião é uma conquista da nossa articulação! Só o fato de a reunião ter acontecido e de, finalmente, estarmos vendo alguma movimentação da Reitoria para informar à comunidade de como serão feitas essas grandes mudanças em nossa instituição já é uma vitória e mostra que a nossa luta sindical vale a pena! Continuemos mobilizados para garantir nossos direitos!

Direção Executiva – Biênio 2023-2025