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Dia Nacional da Visibilidade Lésbica

Hoje, 29 de agosto, é Dia Nacional da Visibilidade Lésbica, um marco da luta contra a lesbofobia, o lesbocídio e contra os apagamentos e silenciamentos aos quais as lésbicas estão sujeitas. A efemeridade foi criada em 1996, durante o 1º Seminário Nacional de Lésbicas (SENALE), organizado pelo Coletivo de Lésbicas do Rio de Janeiro. Depois do primeiro, vieram outros seminários anuais e alguns temas sempre foram permanentes como saúde lésbica, direitos civis, combate a lesbofobia, ausência de dados sobre a violência e o registro das memórias de suas lutas.

Até hoje todas essas lutas são fundamentais. De acordo com a primeira parte do LesboCenso Nacional (mapeamento realizado pela Liga Brasileira de Lésbicas e pela Associação Lésbica Feminista de Brasília – Coturno de Vênus) de 2022, 79% das mulheres lésbicas já sofreram algum tipo de lesbofobia. O assédio moral e sexual estão entre os mais recorrentes. O levantamento ouviu 22 mil mulheres lésbicas de todo o país. Ou seja, ainda é necessário avançar muito nesse debate em articulação com os movimentos feministas, LGBTQIA+, antirracistas e contra todas as formas de opressão.

A lesbofobia, que se expressa de diversas formas, ainda promove a mitigação de direitos a este grupo social. A negação dos corpos lésbicos pela sociedade, seja na família, no mercado de trabalho ou no espaço público em geral ainda é uma ameaça à sua dignidade e bem-viver. 

No âmbito da educação, por exemplo, professoras lésbicas ainda são violentadas em suas identidades por profissionais, gestores ou pais de alunos e narram serem frequentemente vítimas de perseguição e assédio moral baseado em sua orientação sexual e identidade política. Isso tudo gera intenso sofrimento e promove o adoecimento dessas mulheres cujas lutas hoje se organizam em busca de maior visibilidade. Isto é importante para que alianças sejam feitas em defesa de suas vidas e para que as especificidades de suas experiências sejam compreendidas tanto no âmbito da convivência quanto na formulação de políticas públicas qualificadas. 

Em meio a tudo isso é importante que lutemos junto com as lésbicas para que elas tenham acesso à saúde especializada, como ginecologia lésbica, programas de saúde mental, ações de acesso ao trabalho que as ajudem a permanecer nele. Nos ambientes institucionais, como o IFRJ, precisa-se produzir um espaço seguro para lésbicas, acolhê-las, encaminhar denúncias de lesbofobia, se houverem, enfrentar e prevenir essas violências, possibilitar acompanhamento psicológico, criar coletivos, pois estar em coletivo auxilia muito no sentimento de pertencimento e na construção de sua identidade, entre outras ações. No meio sindical, também precisamos avançar nesse sentido e as entidades que construímos podem e devem contribuir com normativas e outros meios legais de impacto social.

A visibilidade é importante para que as lésbicas sejam entendidas e respeitadas em todas as suas particularidades, negras, pobres, gordas, pessoas com deficiência, mais velhas, mais novas, sem estereótipos. É por meio da visibilidade que o imaginário coletivo se transforma e a sociedade se torna mais acolhedora para as lésbicas. Mas para isso tudo, é necessário esse trabalho duro de luta que não começou hoje e que seguirá avançando.

 

Sintifrj pela visibilidade lésbica e contra a lesbofobia!

Direção Executiva – Biênio 2023-2025