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Dia Internacional das Mulheres

Há mais de 100 anos, milhares de mulheres celebram o Dia Internacional da Mulher, no 8 de março. Apesar da ocorrência de diferentes fatos históricos protagonizados por mulheres trabalhadoras, que tornaram a data um marco da luta pela igualdade de gênero; fundamental é destacar que a origem deste dia está diretamente ligada ao movimento operário, às reivindicações e conquistas de direitos das mulheres trabalhadoras.

Reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) como evento anual, o Dia Internacional das Mulheres se tornou uma ocasião para celebrar os avanços das mulheres na sociedade, na política e na economia, mas também para reforçar as lutas ainda necessárias. 

Recentemente, com a pandemia da covid-19 e o avanço em escala mundial do extremismo de direita, houve um retrocesso na luta global pelos direitos das mulheres no ano passado. De acordo com o Global Gender Gap Report 2021 do Fórum Econômico Mundial, o tempo necessário para acabar com a disparidade global de gênero aumentou em uma geração, de 99,5 anos para 135,6 anos. 

Um estudo de 2021 da ONU Mulheres mostrou que quase 1 em cada 2 mulheres (45%) relatou que ela própria ou uma mulher que conhecem sofreram alguma forma de violência durante a pandemia. Isso inclui o abuso que não é físico, sendo o abuso verbal e a negação de recursos básicos.

Já o Brasil, também apresentou indicadores negativos. Os últimos dados de uma pesquisa do Datafolha, encomendada pelo Fórum de Segurança Pública, constatou que todas as formas de violência contra a mulher aumentaram no Brasil em 2022. A lista inclui desde vítimas de xingamentos e ameaças, até aquelas que foram esfaqueadas ou alvo de tiros. Também quase metade das vítimas afirmam que não denunciaram episódios e alegam falta de confiança na polícia. Cerca de 50.692 mulheres sofreram violência diariamente em 2022.

A prevalência da violência é maior entre mulheres pretas (48%), com grau de escolaridade até o ensino fundamental (49%), com filhos (44,4%), divorciadas (65,3%) e na faixa etária de 25 a 34 anos (48,9%). No geral da população esse número é de 33,4%. Muito alto.

Um dos maiores problemas que proporcionou isso foi a queda do financiamento de projetos ligados ao acolhimento das mulheres em situação de violência, consequência dos cortes do governo Bolsonaro. O orçamento federal para combater a violência contra a mulher em 2022 foi o menor dos últimos quatro anos. Além disso, houve uma precarização dos serviços de acolhimento em meio à pandemia. 

Pela primeira vez, a pesquisa mediu a porcentagem de mulheres que já foram agredidas fisicamente ou sexualmente ao menos uma vez na vida e aponta que 1 em cada 3 mulheres já sofreu alguma violência. O número é superior à média global, como vimos acima. Quando a pesquisa inclui a violência psicológica, o número sobe e chega a 43% das mulheres brasileiras. A pesquisa aponta ainda que a maior parte das mulheres agredidas não pede ajuda. 

Apesar de toda essa violência, as mulheres seguem na luta, fazendo o enfrentamento contra o machismo e contra as forças do capital que nele se apoiam. Agora, com o recém empossado governo Lula, que tem número recorde de mulheres nos ministérios, fortalece-se a esperança de que é possível pautar mais políticas para as mulheres. Mostra disso é que no dia de hoje, nesta quarta-feira do 8M, em  uma cerimônia no Palácio do Planalto, que contou com a presença de diversas entidades feministas dos movimentos sociais, o governo Lula anunciou pacote de ações para as mulheres.

O pacote inclui 25 ações, dentre elas a criação do Dia Nacional Marielle Franco, a construção de novas unidades de Casas da Mulher Brasileira, um Programa Dignidade Menstrual para pessoas em situação de vulnerabilidade, doação de 270 viaturas para as Patrulhas Maria da Penha, linhas de crédito específicas para empreendimentos liderados por mulheres, bem como para o desenvolvimento agrário, entre outras áreas de atuação como cultura, esportes, ciência e tecnologia.

Em meio a retrocessos e avanços, a luta das mulheres não pode parar! Por isso, nesse 8M vamos pintar as ruas de roxo, verde e branco para mostrar nossa presença, nossa força e pressionar para que esses projetos e  sejam executados os direitos das mulheres sejam garantidos.

Sintifrj na luta pelas mulheres!

Direção Executiva – Biênio 2021-2023