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Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha

25 de julho é o Dia da Mulher Negra, Latina e Caribenha, data que dá visibilidade à luta contra a opressão de gênero, a exploração e o racismo. A efemeridade foi criada no 1º Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-Caribenhas, na República Dominicana, em 1992, e, no Brasil, homenageia Tereza de Benguela, líder quilombola que ajudou comunidades negras e indígenas na resistência à escravidão no século XVIII.

Mais do que outras datas referentes à luta antirracista, essa tem um olhar especial para as mulheres, principalmente as que estão resistindo e enfrentando as violências de gênero e raça, seja na vida cotidiana, seja na academia, estudando e elaborando estratégias para o combate. As mulheres negras, indígenas, latinas, em geral, também recebem discriminações pela etnia e lugares de onde vêm.

Por isso é tão importante destacar essa pauta, visto que o contexto atual está longe de ser dos melhores. Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, em 2021, 62% das vítimas de feminicídio no Brasil foram mulheres negras. Elas também são as que perdem mais empregos, passando de 4,4 milhões em 2019 para 7,3 milhões em 2021, de acordo com o Boletim Especial 8 de Março – Mulheres no mercado de trabalho brasileiro.

As mulheres indígenas também enfrentam diversas violências e um grande problema é a ausência de dados. Há pesquisadoras e ONGs que tentam suprir essa ausência, mas ainda é difícil. O que se sabe atualmente é de casos graves de estupro e outras violências contra adolescentes indígenas através dos noticiários. Mesmo com a dificuldade da falta de dados, ainda é possível filtrar algumas informações. Segundo o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde, entre 2007 e 2017, pouco mais de 8 mil casos de violência contra as mulheres indígenas foram registrados no Brasil.

A defesa da mulher preta e indígena e sua permanência nas instituições de ensino devem ser pautas presentes nos nossos espaços de debate sindical. A primeira Plenária das Mulheres do SINTIFRJ foi o primeiro e importante passo para isso, para dar base à luta e à composição de políticas que atendam aos direitos desse grupo. Os NEABIs (Núcleos de Estudos e Pesquisas Afrobrasileiras e Indígenas) também são espaços presentes no IFRJ que têm o objetivo de debater as relações etnicorraciais e ressaltar a importância da proteção a essas mulheres. É assim, criando meios e espaços de resistência que nossos institutos vão vencer a opressão do machismo e do racismo.

 

Saudações sindicais de luta!

Direção Executiva do SINTIFRJ

Biênio 2021-2023