O dia 11 de setembro, foi um dia intenso de mobilização para o SINTIFRJ!
Pela manhã, a base do SINTIFRJ esteve na Reitoria do IFRJ realizando ato público e confeccionando cartazes que expuseram e denunciaram as situações mais urgentes da instituição, como a falta de bandejão, os repetidos descontos no auxílio-transporte sem diálogo com os(as) servidores(as) e os entraves provocados pela Reitoria à atuação democrática de conselheiros eleitos no Consup, além do descaso com pautas de interesse da comunidade acadêmica. Foi ressaltada a necessidade de que todos acompanhem e cobrem o funcionamento dessa instância fundamental de gestão democrática, que vem sendo sistematicamente atacada nos últimos anos. Já à tarde, sindicalizados(as) da nossa base participaram do Ato Unificado dos Servidores Públicos, no Centro do Rio, contra a reforma administrativa — que, na prática, abre caminho para a destruição do serviço público — e contra a perseguição de servidores no estado, agravada pela militarização da corregedoria.
Também neste dia, nossa coordenadora geral, Roberta Cassiano, esteve em Brasília junto ao SINASEFE e a outras entidades, compondo as mobilizações nacionais contra a reforma. Foram dois atos — em frente ao Congresso e em frente ao MGI — além da participação em audiência pública pelo cumprimento do acordo de greve dos docentes, convocada pela deputada Sâmia Bomfim. Na audiência, Roberta cobrou o cumprimento integral dos acordos de greve e denunciou que a ausência de representantes do governo, mesmo tendo sido formalmente convocados, reforça a suspeita da base de que fomos vítimas de um golpe negocial. Como destacou: não se defende democracia sem respeitar acordos e as entidades que representam os(as) servidores(as), e não se defende soberania sem valorização e orçamento para institutos e universidades federais.
É preciso compreender a gravidade da situação. O Congresso que votará a Reforma Administrativa é o mesmo que, ontem, 16/09, aprovou por ampla maioria a chamada PEC da Blindagem. Essa PEC, na prática, funciona como uma autorização para que parlamentares e autoridades cometam crimes sem a devida responsabilização ou punição. Trata-se de um verdadeiro escudo de impunidade: em vez de fortalecer a democracia e a ética na política, garante que a elite política possa se proteger de investigações e sanções. Um absurdo total que deixa claro quais são as prioridades desse Congresso: autopreservação e proteção dos seus, nunca os interesses do povo.
O relator da proposta de reforma, deputado Pedro Paulo (PSD-RJ), em entrevistas recentes, escancarou os riscos: “Se um novo governo decidir criar uma política pública do zero, ele cria”. Essa frase mostra que a reforma não apenas ameaça a estabilidade e os direitos dos(as) servidores(as), como também coloca em xeque políticas públicas históricas que garantem direitos básicos à população. Se aplicada, essa lógica abre espaço para o fim de programas como Bolsa Família, Farmácia Popular, Auxílio Gás, Pé de Meia e programas do SUS, deixando milhões de brasileiros desamparados, especialmente os que não têm condições de pagar por saúde, educação e assistência no setor privado.
Além disso, Pedro Paulo defendeu que será necessário avaliar sempre “as possibilidades” antes de criar ou manter qualquer política pública, condicionando tudo a cálculos de “eficiência” e “custo-benefício”. Essa concepção tecnocrática e fiscalista despreza o caráter universal do serviço público: direitos passam a ser tratados como mercadoria, e não como garantias constitucionais.
Atos em defesa do serviço público no Rio
No ato no Rio, além da nossa base, estavam presentes entidades como Sindisep-RJ, SINTUFRJ, ANDES, SINDISCOPE, partidos e movimentos sociais. Houve falas em defesa do serviço público, de sua qualidade e universalidade, denúncias contra as falácias da “reforma” (como o discurso dos supersalários e dos privilégios) e contra a interferência direta do empresariado, que busca transformar a gestão pública em negócio privado e retirar recursos do povo.
Também houve duras críticas ao governo Cláudio Castro, que tem permitido perseguições políticas a servidores, como no caso grave do professor e cartunista João Paulo Cabrera, injustamente exonerado, cuja reintegração foi exigida no ato. No mesmo dia, foi definida a condenação de Bolsonaro e seus cúmplices por tentativa de golpe de Estado, fato justamente comemorado pelos presentes, mas que hoje sabemos, não garante que tenhamos superado os riscos decorrentes da ganância desmedida de agentes políticos ligados a ele, que seguem parasitando a agenda da política nacional e apoiando ataques, sanções e ameaças estrangeiros a nosso país, apenas para livrar o seu líder.
A verdade é dura: ou vamos para a luta agora, ou estaremos gravemente ameaçados. Essa reforma administrativa não é ajuste, não é modernização. É precarização do serviço público, instabilidade para servidores(as), privatização disfarçada e, no fim, prejuízo para toda a sociedade. O lucro acima do bem-estar é a lógica do projeto neoliberal.
Vamos em unidade barrar essa reforma, que nada mais é do que um plano de destruição do serviço público.
SINTIFRJ na luta!
Direção Executiva – Biênio 2025-2027.