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Ditadura Nunca Mais

Hoje, dia 1 de abril, completam-se 61 anos do golpe militar de 1964. Normalmente esta efemeridade é lembrada no dia 31 de março, mas há versões, atestadas por historiadores, que afirmam que a derrubada de Jango aconteceu apenas no dia 1º de abril, mesmo que o plano tenha começado antes. Defensores do regime autoritário defendem que o golpe aconteceu no dia 31 de março de 1964, justamente para desconectá-lo do Dia da Mentira, efemeridade popular. Em contrapartida, o SINTIFRJ, seguindo a linha dessas fontes históricas, vai relembrar hoje, que nunca mais queremos esse horror na nossa história.

 

Há quem diga que a ditadura foi boa para o Brasil, mas isso sim é uma grande mentira. Esse regime que perdurou no Brasil de 1964 a 1985 se caracterizou como um violento ataque à democracia, com censura, repressão, perseguição, tortura e morte de opositores, cassação de direitos políticos, fechamento de instituições como o Congresso Nacional, partidos políticos, sindicatos e suspensão de eleições para a Presidência da República e para os demais governos estaduais e municipais. A ditadura contabiliza cerca de 434 mortos e desaparecidos políticos. Por isso, é necessário lembrar todos os anos o quanto esse horror causou impacto na nossa história e o quanto temos que afastar qualquer ameaça de sua volta.

 

O filme Ainda Estou Aqui, vencedor do Oscar de melhor filme internacional, o primeiro Oscar do Brasil, lembra o quanto a ditadura foi devastadora não somente para os que morreram, mas também para os que ficaram. O filme conta a história de Eunice Paiva, esposa de Rubens Paiva, político torturado e morto na ditadura. Vencer o Oscar através desse filme foi uma grande conquista que o Brasil teve em 2025, em especial, porque o filme conta a nossa história para o mundo e mostra contra o que temos que lutar.

 

Olhando para a atualidade, pode-se dizer que a palavra de ordem mais ouvida do momento pelas militâncias de esquerda é: SEM ANISTIA! Há anos lutamos pela não anistia de militares que saíram ilesos de seus crimes na ditadura e junto a isso gritamos e protestamos contra a anistia das novas ameaças à democracia que tivemos: Bolsonaro e sua turma de criminosos. 

 

Felizmente, na última semana, um passo e tanto na luta contra a impunidade desses monstros que atacaram a democracia foi dado: Bolsonaro e seus aliados se tornaram réus pelo STF por tentativa de golpe de Estado no decorrer de 2022 a 2023 que culminou no atentado de 8 de janeiro.

 

Jair Bolsonaro, o mesmo que exaltou a ditadura militar que levou o Brasil a tempos sombrios, tentou fazer ele mesmo a sua ditadura, mas felizmente fracassou e agora caminha para pagar seus crimes. Isso é uma vitória porque, por mais que ele ainda não tenha sido preso, já é um sinal de que não existirá impunidade para quem atentar contra a democracia. 

 

Curiosamente, o julgamento começou no dia 25 de março, dia da constituição, e os filhos de Vladimir Herzog e Zuzu Angel, duas vítimas desse extremismo, assistiram o julgamento sobre a denúncia contra Bolsonaro no STF. Ivo Herzog e Hildegard Angel ocuparam cadeiras na primeira fila da sala, simbolizando que a luta contra a ditadura é a mesma, ontem e hoje.

 

Esse dia nos lembra que temos que honrar as pessoas que lutaram e que perderam suas vidas nesse regime ditatorial, como Herzog, Zuzu e os Paiva, e que temos que lutar contra todo e qualquer vestígio de autoritarismo à nossa vista. A ditadura nunca mais pode acontecer! 

 

Não nos esqueçamos que ainda temos que lutar pela responsabilização dos que ainda estão anistiados e contra o PL da Anistia que tenta livrar os criminosos da tentativa de golpe do 8 de janeiro do que eles tem que pagar. Pressão no Congresso e se possível protesto nas ruas!

 

Sem anistia aos criminosos da ditadura militar, a Bolsonaro e seus apoiadores que atentaram contra a democracia! 

 

SINTIFRJ na luta!

 

Direção Executiva – Biênio 2023-2025