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Dia Internacional do Combate à Violência contra a Mulher

O dia 25 de novembro foi escolhido como o dia internacional de luta pelo fim da violência contra a mulher. A data é lembrada pelo assassinato das irmãs Mirabal (Pátria, Minerva e Maria Teresa), durante a ditadura de Leônidas Trujillo na República Dominicana. A ONU reconheceu a data no ano de 1999, como o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher. 

No dia 20 de novembro, começou  a edição de 2024 dos “21 dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher”. Com o objetivo de conscientizar a população sobre as agressões contra meninas e mulheres, a campanha engloba pautas sobre equidade e direitos humanos, com várias atividades até o dia 10 de dezembro, data em que foi proclamada a Declaração Universal dos Direitos Humanos. 

 

Dados alarmantes

Um fato muito alarmante e que infelizmente ainda reflete as conseqûencia da escravidão, é que as mulheres negras são as mais afetadas, maioria entre as vítimas de feminicídio e de outros tipos de crimes relacionados ao machismo e racismo. De acordo com o Atlas da violência de 2023, 2.601 mulheres negras foram vítimas de homicídio no Brasil em 2021, o que representa 67,4% do total de mulheres assassinadas e 4,3% para cada 100 mil. Por conta disso, o Dia da Consciência Negra foi a data escolhida para o início da campanha. 

A edição do Atlas da violência de 2023 também levantou outros dados preocupantes. Segundo as estatísitcas, somente em 2021 3.858 mulheres foram assassinadas. Especificamente durante o período da pandemia, entre 2020 e 2021, 7.691 mulheres foram assassinadas.  No mesmo período, estima-se que 745 mulheres que sofreram agressões, foram identificadas como Mortes Violentas com Causa Indeterminada. Entre o período de 2012 a 2020, metade dos feminicídios foi causado por armas de fogo, o que preocupa bastante devido ao aumento da circulação de armas de fogo após a maior flexibilização do porte da arma no governo de Bolsonaro.

 

Os perigos do discurso de ódio da extrema-direita em relação ao gênero

Não é de hoje que sabemos que a extrema-direita se alimenta do ódio, do medo, da individualidade e da desinformação. O discurso de ódio e o ataque aos direitos das mulheres vem crescendo nos últimos anos, juntamente com a ascensão da extrema-direita no mundo e aqui no Brasil. Parece que o patriarcado sente-se ameaçado conforme elas vão conseguindo conquistar mais espaços nesta sociedade ainda muito machista. Fica evidente o posicionamento da extrema-direita, quando o atual governo do presidente da Argentina, Javier Miley, se recusou a assinar uma resolução que busca combater a violência contra mulheres e meninas durante uma reunião da ONU no dia 14 de novembro.

A grande maioria dos agressores, se sentem confortáveis para fazer seus ataques nas redes sociais, devido ao distanciamento e até um nível maior de anonimato em relação a ataques presenciais. O que é mais perigoso, em algum momento, esses discursos saem do ambiente virtual e colidem com a vida real, principalmente dentro dos lares. Segundo o Instituto MOL, houve um crescimento da violência doméstica em 2022. Foram registradas 245.713 agressões por violência doméstica, um aumento de 2,9%, 7 em cada 10 mulheres foram mortas dentro de casa, em quase 54% dos casos, o assassino foi o parceiro e quase 20% dos casos está o ex-parceiro.

Não podemos assistir o aumento desses dados de braços cruzados, nosso compromisso é conscientizar a população para este tema tão urgente, especialmente dentro dos nossos locais de trabalho, nos institutos, nas salas de aula. Também temos que acolher aquelas que estão sendo vítimas e combater a violência contra a mulher. E para aqueles que não podem ser convencidos, serão vistos como inimigos e serão vencidos, pois não existe mais espaço para tolerar nenhum tipo de violência contra as mulheres.

SINTIFRJ na luta contra a violência contra as mulheres!