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Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa

Hoje, 21 de janeiro, é o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, que marca a luta contra discriminações a religiões, liturgias e cultos. No Brasil, a data foi instituída em 2007, em homenagem à Ialorixá baiana Gildásia dos Santos, a Mãe Gilda, fundadora do terreiro de candomblé Ilê Asé Abassá, que era perseguida e sofria várias agressões físicas e verbais. A candomblecista teve sua casa e seu terreiro invadidos por um grupo de evangélicos extremistas. Após o ocorrido teve um infarto fulminante e morreu.

Estabelecer um dia, uma semana, ações e programas em combate à intolerância religiosa é fundamental no Brasil, que atualmente não se vê livre dela. Segundo o Disque 100, até o meio do ano passado, o país estava registrando três queixas de intolerância religiosa por dia e o total dos casos chegou a 545. O estado com mais registros é São Paulo, seguido do Rio de Janeiro.

Como sempre, as religiões de matriz africana, como candomblé e umbanda, são as mais atacadas. Isso acontece por conta do racismo religioso – uma entre tantas formas de violência praticada contra as pessoas pretas. No fim do ano passado, um levantamento coordenado pela Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde (Renafro) e pela entidade Ilê Omolu Oxum revelou que 78,4% de pais e mães de santo brasileiros já foram alvo de violência. Cerca de 45,5% disseram não perceber acolhimento por meio do Disque-Denúncia.

No Rio de Janeiro os números também não são agradáveis, já que é o segundo estado com mais registros de violência. De acordo com a Rede Intermunicipal de Liberdade Religiosa do Rio de Janeiro, a cidade já passou da marca de dez denúncias por semana, e hoje registra entre dez e 15 casos de intolerância religiosa a cada 7 dias. 

Felizmente o atual governo parece olhar para a questão da intolerância religiosa com mais atenção. O presidente Lula sancionou uma lei que institui o Dia Nacional das Tradições das Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé, a ser comemorado anualmente no dia 21 de março. Nada mais justo do que um dia para homenagear essas culturas e religiões, que durante tanto tempo foram proibidas e negligenciadas no Brasil e ainda hoje precisam lutar pelo direito de existir e de serem respeitadas.

Saudações à luta! Direção Executiva – Biênio 2021-2023