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SINTIFRJ soma com movimento estudantil contra cortes na Educação

Não são só os servidores que estão descontentes com o governo Bolsonaro. No dia 9 de junho, alunos da Rede Federal de Educação organizaram protestos em todo o país contra o sucateamento das instituições públicas de ensino devido a cortes bilionários no orçamento do MEC, e a tentativa de cobrança em universidades públicas prevista na PEC 206/19, proposta que chegou à Câmara dos Deputados em fins de maio e aguarda votação na CCJ. 

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No fim do mês passado, o governo anunciou um corte de mais de R$ 3 bilhões em verbas discricionárias do MEC, com a desculpa de cumprimento do teto de gastos imposto pela EC 95, de 2016, reduzido dias depois para R$ 1,6 bilhões; mas a redução não é uma benesse. Os cortes representam 7,2% a menos nas verbas para manutenção de universidades e institutos federais, e atingem também bolsas de iniciação científica e auxílios para estudantes carentes, prejudicando a Capes, entidade que coordena cursos de pós-graduação, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), e ainda a Ebserh, empresa que gerencia hospitais universitários.

As manifestações, que ocorreram em mais de 20 estados em diversas cidades pelo país, foram organizadas pela FENET, UBES, UNE e outras entidades estudantis, e abraçadas por entidades representativas de servidores, como SINASEFE, ANDES, FASUBRA; e, como não poderia deixar de ser, pelo SINTIFRJ, que somou na luta.

No Rio de Janeiro, os trabalhos do Dia Nacional de Ato em Defesa da Educação começaram com muito barulho do bem: às portas do CCBB-RJ um ensaio de bateria e uma aula pública foram conduzidos pelo movimento estudantil pedindo a atenção de todos para a valorização da Educação. Em seguida, o ato se concentrou na Candelária, às 16h, com passeata até a Cinelândia ao final do dia. 

A DIREX do SINTIFRJ esteve na manifestação do Rio de Janeiro, representada pela Coordenadora de Patrimônio e Finanças (Secretaria Geral) do SINTIFRJ, professora Marcela Menequini, e no ato de Cabo Frio, que aconteceu na parte da tarde na Praça Porto Rocha, onde o coordenador-geral do SINTIFRJ, professor Fernando de Oliveira, expressou todo o seu apoio ao movimento: “assim que o ato foi anunciado, quando o movimento estudantil se organizou e anunciou a data, o movimento dos servidores apoiou, e estamos aqui hoje pra anunciar o seguinte: esse corte significa que a partir de outubro, o IFRJ, que é  sediado aqui em Arraial do Cabo e em mais 15 campi pelo estado, vai fechar. Só tem dinheiro pra pagar as contas até outubro.” A reitoria do IFRJ já anunciou a situação calamitosa em documento oficial do instituto a que o SINTIFRJ teve acesso.

No ato de Cabo frio, o estudante Gabriel Leles, presidente do Grêmio Estudantil Nilda Cunha do IFRJ Arraial do Cabo, e diretor da FENET, expressou a sua indignação com a possibilidade de ficar sem ter onde estudar: “esse dinheiro é destinado pro pagamento da luz, da água, da assistência estudantil, pros serviços terceirizados das instituições, e por causa disso várias instituições de ensino já anunciaram encerramento das suas atividades se não for revogado esse corte”. 

Tudo isso ocorre em um cenário já difícil para o funcionamento das instituições de ensino federais, pois o investimento em Educação em 2022 já foi o menor em 10 anos.

Bolsonaro – arqui-inimigo da Educação: 

A Educação no país amarga momentos trágicos desde que Bolsonaro chegou ao poder. Docentes estão há mais de cinco anos sem reajustes e TAEs há oito. Há servidores que já acumulam perdas de mais de 30% em seus vencimentos. Desde o início deste ano, várias categorias de funcionários públicos federais pedem ao governo recomposição salarial no índice de 19,99%, reivindicação devidamente protocolada no Ministério da Economia em janeiro deste ano para recompor as perdas inflacionárias dos três primeiros anos do governo Bolsonaro. O governo, no entanto, preferiu ignorar os trabalhadores e ir enrolando a todos ao anunciar na imprensa por meses um fantasioso reajuste linear de 5% a todos os trabalhadores públicos federais, isso sem que conversas fossem travadas com entidades representativas das categorias de servidores.

No início deste mês de junho, a mentira, que tem perna curta, não foi longe, e o fascista Bolsonaro anunciou ainda que o governo não tem como dar reajustes a servidores neste ano. A “promessa” ficou para o ano que vem, em mais uma falácia eleitoreira e deslavada, e calcada em uso de dinheiro público. 

Por todo esse descaso, diversos institutos federais encontram-se em greve mobilizada pelo SINASEFE desde 16 de maio. O movimento tem crescido e o SINTIFRJ está em mobilização permanente e em unidade com as centrais sindicais e com o movimento estudantil.

SINTIFRJ na luta pela Educação. Vamos ao Ocupa Brasília! 

O SINTIFRJ está firme e forte na luta! Não vamos aceitar ter nossos direitos usurpados ou vendidos em barganhas eleitoreiras mentirosas! Paralisamos no dia 9 de junho e também no dia 24 de maio, quando realizamos atividades de mobilização em diversos campi. Estamos em mobilização permanente e em estado de greve, que pode ser deflagrada a qualquer momento, e para isso precisamos do apoio de toda a comunidade do IFRJ! 

Na próxima terça-feira, 14 de junho, haverá o ato Ocupa Brasília, organizado por entidades representativas de servidores, como SINASEFE, ANDES e FASUBRA, e por movimentos estudantis, como UNE, UBES, FENET e ANPG. A seção sindical do SINTIFRJ estará presente, representada pelo coordenador-geral, professor Fernando de Oliveira, e o nosso sindicato também irá viabilizar um ônibus para que uma delegação estudantil possa estar presente no ato.

Junte-se a nós nessa luta contra a precarização dos IFs e universidades federais. Educação é um bem de todos! 

Confira abaixo as fotos e vídeos dos atos. 

Direção Executiva – SINTIFRJ / Biênio 2021 – 2023