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13 de maio: abolição da escravatura. Até quando os negros vão sofrer a escravidão do racismo?

Há 134 anos, a abolição da escravatura foi assinada pela Princesa Isabel através da Lei Áurea, em 13 de maio de 1888. Mas o ato não foi fruto de bondade real e, sim, da pressão de movimentos populares que ganharam força mais de uma década antes e já se estruturavam no Brasil desde o início do século XIX.

O movimento abolicionista contou com os braços dos próprios escravos que, rebelados, fugiam e organizavam a luta nos Quilombos, e teve a defesa de figuras como André Rebouças e José do Patrocínio, assim como de mulheres guerreiras como Aqualtune, do Quilombo dos Palmares, Luíza Mahin, líder da Revolta dos Malês, e Maria Firmina dos Reis, educadora e escritora abolicionista do Século XIX.

Depois da abolição, o povo preto foi lançado à própria sorte. Imigrantes europeus recebiam oportunidades de trabalho para construir a nação “embranquecida” que o Estado desejava na época, mas os pretos tiveram que fazer suas vidas nos morros e através de esmolas.

Durante muitos anos, o racismo foi jogado para debaixo do tapete, e só nas últimas décadas voltou a ser debatido com frequência. Hoje, com a elaboração de leis antirracistas, e com a presença de câmeras de celulares no cotidiano, ficou mais difícil esconder o racismo, como mostram casos divulgados na mídia, como o de Madalena Santiago, 62 anos, que viveu 54 numa casa de família em regime análogo à escravidão, e de dona Yolanda, 89 anos, mantida em cárcere privado e escravizada por uma família por quase 50 anos. Duas mulheres negras, consideradas “da família”. É o racismo estrutural existente no Brasil.

Cerca de 78% das pessoas mortas por armas de fogo no Brasil são negras, segundo o Instituto Sou da Paz. O povo preto é marginalizado e enfrenta injúrias constantes, como mostra o caso de Wélica Ribeiro: ela ouviu de uma mulher branca, no metrô de São Paulo, que seu cabelo poderia “passar doença”. O caso foi registrado pela polícia como injúria racial, delito com penalidades menores que o crime de racismo, demonstrando o quanto as instituições brasileiras são racistas.

A luta antirracista não pode parar! Denúncias, manifestações e uma legislação mais efetiva são essenciais para combater o racismo!

O SINTIFRJ segue na luta antirracista!