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Nota de repúdio ao assédio e em solidariedade a professora do Cap-Uerj

O SINTIFRJ vem a público manifestar solidariedade à professora Maria Claudia de Oliveira Reis, do Cap-Uerj, que vem sendo vítima de uma campanha difamatória nas redes sociais e também de denúncia formal por parte de um grupo de pais de alunos que, deliberadamente, distorcem os fatos e desrespeitam o trabalho e a liberdade de cátedra da docente.

A liberdade de cátedra, ou liberdade acadêmica, é uma garantia constitucional – expressa no artigo 206, inciso II, da Constituição Federal – que visa preservar a autonomia de professoras e professores para ensinar e expressar seus pontos de vista sem que haja imposição de um único critério metodológico ou didático, a fim de garantir a pluralidade de ideias e promover a maior qualidade do ensino.

A professora foi acusada injustamente de prática de constrangimento a uma aluna do quinto ano do ensino fundamental durante uma aula síncrona, em um momento em que havia um debate com os alunos a respeito de especificidades, do quantitativo de aulas online e expectativas quanto o retorno ao regime presencial. Acontece que a mãe de uma aluna interrompeu abruptamente a docente, dirigindo-lhe acusações infundadas de não cumprimento da carga horária, desrespeitando todos os protocolos estabelecidos pelo colégio sobre condutas de estudantes e responsáveis no período de ensino remoto.

Sem que tenha havido tentativas prévias de diálogo com instâncias acadêmicas e administrativas, a professora está sendo alvo de campanha difamatória nas redes sociais e, portanto, é vítima de assédio moral no exercício de seu trabalho. Fato grave é também a exposição da aluna pela própria mãe. Apesar da menina não ter se mostrado constrangida após a interferência da mãe na aula, tendo, inclusive, participado normalmente, está sendo usada como pivô de práticas reacionárias de denuncismo que visam claramente enfraquecer e atacar categorias docentes, continuamente perseguidas por grupos de ideologia retrógrada.

O SINTIFRJ reafirma o apoio às professoras e aos professores, em especial os da rede pública que, além de enfrentarem condições precárias de trabalho no home office em prol da continuidade da prática de ensino, muitas vezes com sacrifícios na vida pessoal e familiar, ainda têm enfrentado, frequentemente, situações de desrespeito onde alguns pais não reconhecem o espaço da sala de aula como um ambiente legítimo e que precisa ser resguardado.

Por respeito aos espaços institucionais e à liberdade de cátedra! O SINTIFRJ se coloca a disposição para enfrentar ataques semelhantes e repudia o assédio e perseguição sofridos pela professora Maria Claudia. Estamos em unidade na luta! Saudações sindicais!