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Relato grave sobre reunião de campanha ocorrida no Campus Pinheiral

NFORME SINTIFRJ: Relato grave sobre reunião de campanha ocorrida no Campus Pinheiral

Olá povo de luta, bom dia novamente!

A Direção Executiva do SINTIFRJ, como todas as pessoas sabem, tem o papel de representar as(os) servidores do IFRJ. E hoje mais uma vez recebemos uma manifestação de preocupação e aflição por parte de alguns docentes do Campus-Pinheiral que participaram de uma reunião virtual do candidato a reitor Professor Rafael Almada com a comunidade do campus Pinheiral na semana passada. A reunião fazia parte da campanha à reeleição do magnífico reitor.

Antes de apresentar a preocupação manifestada pelos(as) docentes, (é importante salientar que a DIRETORIA DO SINTIFRJ não rechaça nenhuma candidatura, nem a reitoria e nem a nenhuma direção geral de nenhum campus). Pelo contrário, conforme última assembleia, desejamos que esta seja o mais democrática possível e tenha a maior possibilidade de participação de toda a comunidade do IFRJ. Razão pela qual defendemos que as eleições nesse momento e com pouco tempo de campanha não seria suficiente para que o processo alcançasse o objetivo de ter grande participação da comunidade do IFRJ, especialmente dos(as) discentes. Desta maneira, o objetivo da DIRETORIA aqui é apenas de cumprir o nosso papel em defesa dos direitos dos(as) servidores(as), os quais, enquanto sindicato, temos o dever de representar.

Na tal reunião de campanha do magnífico reitor, três professores apoiadores da continuidade das gestões (do campus e do IFRJ), tomando a palavra em sequência, começaram a pedir à futura gestão Almada mecanismos para “controlar um grupo radical do campus” que, segundo eles, atrapalhou a vida da gestão passada (e temem que continue a atrapalhar a gestão futura – candidatura única de continuidade).

Um destes docentes pediu literalmente ao Almada que desse dicas para a futura diretoria lidar com esses “radicais”. Segundo docentes presentes, o grupo precisa ser “controlado”. Além disso, em plena Semana da Consciência Negra, o mesmo docente criticou a lembrança, feita durante o evento e constantemente rememorada por professores(as) progressistas, de que o campus Pinheiral foi uma fazenda escravocrata. Por que a crítica? Incomoda a memória da escravização? É mais cômodo apagar? Deveria também o Neabi ser “controlado”?

Outro destes docentes, que busca com energia a criação de um cargo de Direção a mais, afirmou, naquele tom anuviado usado por quem não explicita o que pensa, que a vida de gestão pública é muito difícil porque, diferentemente da privada (de onde ele veio), não dá para “botar esses caras na rua”.

E apesar dessa postura absurda com a qual o docente manifestou seu desejo de resolver as divergências político-pedagógicas, o chocante é que em momento algum o candidato Professor Rafael Almada desautorizou ou rechaçou esse tipo de postura. Pelo contrário: endossou que grupos radicais minoritários atrapalham o IFRJ, confundindo, como típico dos que se consideram a própria instituição, a crítica a gestões com a crítica ao Instituto em si.

Embora não tenha apresentado nenhuma ideia para caçar os “subversivos” (menos mal!), o candidato Rafael Almada tampouco refutou a possibilidade persecutória num campus em que denúncias infundadas ao MP são constantes e no semestre passado chegaram denúncias ao sindicato de manifestações autoritárias em reuniões do Campus Pinheiral.

O que se desenha para opositores nos próximos quatro anos no Campus Pinheiral? A escolha entre a remoção e a perseguição? E nos outros campi? O que acontecerá com quem ousar se levantar para criticar a gestão Almada e Direções Gerais aparelhadas pela gestão da Reitoria? 

Tendo em vista a gravidade da denúncia, solicitamos uma manifestação pública da candidatura Rafael Almada sobre o relato e postura apresentada pelos(as) docentes presentes nessa reunião em questão.

A DIRETORIA e – consideramos também que o IFRJ (independente de quem vencer a eleição para reitoria) – não pode aceitar perseguição política para quem ousar fazer oposição ou crítica nem em Pinheiral nem em nenhum outro campus ou espaço do IFRJ.

E fazendo coro às palavras do colega de luta Marcelo Sayão: O medo de fazer críticas é um sintoma grave de adoecimento da democracia. No dia em que as críticas não puderem mais ser feitas, a democracia morreu.

Saudações de luta!

Direção Executiva – Biênio 2021-2023