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As eleições do IFRJ estão sendo realmente democráticas?

INFORME SINTIFRJ: AS ELEIÇÕES DO IFRJ ESTÃO SENDO REALMENTE DEMOCRÁTICAS?

Olá povo de luta, bom dia! 

Estamos presenciando um dos mais importantes processos de nossa Instituição: as eleições para a escolha de Reitor(a) e Diretores (as) Gerais.

Em momentos de normalidade, estaríamos discutindo, presencialmente em nossos campi, as propostas dos e com os candidatos. Só a ausência desse “cara-a-cara” já torna o processo que estamos vivenciando muito diferente do que entendemos ser o ideal para uma eleição desse porte.

Por conta do difícil momento em que ainda vivemos, o atual processo eleitoral possui estrutura quase totalmente online, tanto nos meios de campanha, quanto na votação e consecutiva apuração. E é aí que os problemas começam!

Até ontem tínhamos vários problemas com a lista de votantes (não sabemos se já foi resolvido) e a seis dias da votação a forma com que candidatos têm de apresentar seus programas e fazer a devida campanha tem se limitado por conta de questões técnicas não esclarecidas para a comunidade, mas que principalmente ferem a possibilidade igualitária durante o processo eleitoral, existe inclusive a limitação de 500 e-mails diários, o que levaria dias para que toda comunidade pudesse receber o material, exceto se as listas existentes no IFRJ fossem íntegras e assertivas, o que não é o caso. Centenas de pessoas sequer receberam algum material de campanha de ambos candidatos até a data de hoje!

Por exemplo, centenas de pessoas não receberam material de campanha de nenhum dos candidatos pelo e-mail institucional, o que coloca obviamente quem tem “a máquina” em situação de extrema vantagem e isso não podemos deixar de denunciar, não podemos e não iremos naturalizar isso! Não estamos buscando culpados(as), mas sim denunciar esses absurdos e garantir equidade entre as candidaturas e principalmente A DEFESA DO PROCESSO DEMOCRÁTICO na sua integralidade!

São problemas que aparecem durante o processo eleitoral e que se relatados anteriormente para toda comunidade, a começar pelo CONSUP, ficaria óbvia a necessidade de eleições presenciais, que poderia ter sido deflagrada no ano que vem, ou no mínimo, que se fizesse os devidos ajustes fundamentais antes da deflagração do processo. Mas a sensação que temos é que sempre houve uma latente vontade de “fazer logo” o processo e “resolver logo” os próximos quatro anos e se possível sem candidaturas de oposição, o que torna tudo isso ainda mais grave.

O calendário eleitoral não propiciou o levante de outras candidaturas (historicamente tivemos sempre muitas pessoas disputando os cargos) e assim o processo democrático e a possibilidade de crescimento à partir do contraditório se perdem.

Eleição esvaziada tanto para Reitor(a) quanto para DGs, com apenas 6 campi disputando narrativas e a política local! Absurdo e reflexo do esvaziamento político que vivemos fora, mas principalmente dentro da Instituição.

Ainda que esse problema das listas de discentes e das pessoas votantes fosse sanado rapidamente, o que não nos parece possível em curto espaço de tempo, ainda deveria existir um tempo razoável de divulgação e instrução aos alunos de como se cadastrar no sistema e no espaço SIGA Eleições. Está tudo bastante confuso e o silêncio sobre os problemas é ensurdecedor! 

Outro ponto: em uma eleição quase totalmente online é fundamental que os candidatos possam ter livre acesso às listagens corretas e completas de e-mail desde o início do processo, o que só ocorreu no dia 19/11/2021, quatro dias após o início do período de campanha e mesmo assim com problemas. Muitos servidores não receberam nenhum e-mail dos candidatos, nem mensagens claras de divulgação sobre o primeiro debate, assim como seu link de acesso, além do pouquíssimo tempo de antecedência em dias úteis para a ciência de todos.

Tivemos menos de 400 pessoas assistindo ao debate, num universo de milhares de discentes, TAEs e docentes de 17 campi! Vamos ter que naturalizar esse notório esvaziamento?

Entendemos ser fundamental, em um processo on-line, que todas as ações oficiais de campanha sejam amplamente divulgadas e com antecedência suficiente pela Comissão Eleitoral Central e pelas Comissões Locais. Infelizmente, isso não vem ocorrendo de forma adequada e precisamos falar disso também!

Percebemos, durante o debate, pelo chat, que diversos servidores informaram terem recebido pelo celular, sem o consentimento, uma propaganda da candidatura do Rafael Almada. Indicaram que a mensagem vinha de um número desconhecido. Precisamos de uma apuração para saber se houve violação dos dados protegidos por lei e esse é outro ponto extremamente sério que, além da questão da violação dos dados, coloca as candidaturas em situação não igualitária. 

Tendo como base os apontamentos acima, entendemos ser necessária a revisão do cronograma das eleições, das listagens de e-mails e de votantes para que seja garantida a legitimidade do processo democrático.

Respeitosamente,

Direção Executiva

Biênio 2021-2023