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Saiba mais sobre ‘Reforma da Previdência’

Nas últimas semanas parecia ter havido um grande armistício entre as diferentes frentes de batalha nas quais o governo, seu partido, seus aliados e a tropa da reforma da previdência vinham passando.

Claro está que o próprio partido pelo qual o presidente atual foi eleito não tinha acordo prévio sobre a tal proposta da reforma (https://exame.abril.com.br/economia/lider-do-psl-governo-errou-ao-dar-tratamento-diferenciado-a-militares/) (lembremos que Bolsonaro usa o PSL como partido de aluguel, coisa que de fato é, e que não foi aceito como candidato no PP, seu partido de origem); menos ainda havia uma base de apoio sólida, como se imaginara.

Talvez movida pela fragilização do governo (foi um recorde a quantidade de lambanças e atritos gerados em tão pouco tempo), o chamado centrão fez o que melhor sabe fazer, cobrar a conta. Isso fez com que o governo e seu partido tivessem que iniciar processos, ainda em andamento, de negociação de cargos – conforme anunciado pelo vice-presidente (https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/politica/2019/04/03/interna_politica,747153/mourao-ve-possibilidade-de-governo-dialogar-indicacoes-politicas.shtml).

Já a tropa da reforma, parece ter outros tantos interesses que não a reforma exclusivamente. Por exemplo, deputados e senadores, após eleitos, têm bases, agendas e projetos de poder próprios que não necessariamente estão sincronizados com o tempo do governo (que por sua vez corre contra o relógio para entregar o prometido aos bancos e acionistas a quem devem a eleição).

Resta neste cenário os animadores do espetáculo, a grande imprensa empresarial. Afora os lunáticos da Globo, Miriam Leitão, Sardenbergh, Merval Pereira, parece que os analistas mais realistas já identificam os sérios problemas que a tal reforma da previdência enfrentará na esfera política parlamentar. Como reação, todas as agências de bola de cristal do mercado já preveem um crescimento (sic) pífio da economia nacional, e alardeiam as “flutuações” da bolsa e do mercado como uma ameaça à sociedade de que se não for aprovada a reforma, então…

Bem, para além deste nível em que se coloca a questão, das relações formais entre partidos, entre empresas e instituições, que é uma forma de ver e interpretar as relações de força na sociedade, nós queremos apontar para uma outra forma de ver essa questão, que é a do interesse dos trabalhadores, do interesse dos mais pobres, e de que maneira podemos intervir neste processo.

Em primeiro lugar, a busca por informações que dêem conta da amplitude dos efeitos da reforma da previdência e discutam conceitual e historicamente o que significa o sistema previdenciário; em segundo lugar, a circulação dessas informações, através de nossas redes pessoais, mas também através dos ambientes de trabalho, de estudo e de vida pessoal, de modo a criar espaços plurais e livres para troca de ideias; por fim, acreditamos que somente a partir da mobilização dos trabalhadores e daqueles que serão os mais afetados pelas mudanças vindas com o fim da previdência conseguiremos obter vitórias no sentido de barrar a proposta de reforma.

Agora vejamos algumas das principais consequências para os trabalhadores dessa proposta vergonhosa de reforma:

  • este governo quer acabar com o maior programa social do país, pois atende a mais de 100 milhões de pessoas diretamente, e entregá-lo para os bancos privados;
  • a cobertura e proteção em caso de invalidez, pensão, necessidades especiais estarão sob ameaça, pois não haverá recursos para mantê-los, bem como a proteção à gestante e à maternidade;
  • a combinação de idade mínima mais elevada que a atual com tempo de contribuição mínimo também mais elevado que o atual provocará um desastre em poucos anos, pois se tornará quase impossível as pessoas se aposentarem antes dos  80, 75 anos…, o que significa, para muitas pessoas, não chegar até esta idade;
  • Por fim, cada trabalhador(a) terá uma conta individual, na qual depositará a contribuição definida, porém, os Bancos que irão administrar essas contas não terão obrigação alguma de pagar benefício futuro, que dependerá do comportamento do mercado financeiro e poderá ser ZERO, deixando a classe trabalhadora totalmente sem proteção. Este MESMO MODELO foi implementado em outros países como o Chile, onde o empobrecimento dos idosos vem trazendo consequências terríveis para suas vidas e para as famílias.

Neste sentido, apresentamos aos nossos servidores e servidoras um conjunto de informações a partir das quais poderão confrontar com outras fontes de informação, pesquisar e analisar os impactos do fim da previdência para sua própria vida:

https://odia.ig.com.br/economia/2019/04/5633818-reforma-da-previdencia-reduz-valor-da-aposentadoria.html

https://www.youtube.com/watch?time_continue=1377&v=xiqXtE8NJWg

https://www.apmp.com.br/brasilia/privilegios-desinformacao-sistemica-e-reforma-da-previdencia-2/

http://spbancarios.com.br/04/2019/previdencia-44-pontos-que-voce-precisa-saber

http://www.sinasefe.org.br/v3/index.php?option=com_content&view=article&id=2467:2019-04-05-18-10-32&catid=1:latest-news&Itemid=75

https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2019/03/08/dieese-reforma-da-previdencia-mulheres.htm

https://www.dieese.org.br/notatecnica/2019/notaTec202MulherPrevidencia.html

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