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Luzia não sobreviveu ao neoliberalismo

Luzia causava um tremendo problema para muitos. Pela sua existência, contrariava centenas de homens e suas teorias. Tentavam desdizer Luzia o tempo todo, mas, mesmo em seu silêncio, ela era eloquente.
A “primeira mulher brasileira” era o fóssil mais antigo das américas. Um fóssil de Homo Sapiens que questionava as teorias da chegada do homem pelo hemisfério norte. Luzia tinha traços negros e de populações australianas.
Morreu há 12 mil e 13 mil anos atrás. As datas não batiam com as teorias da chegada pelo Estreito de Behring. Luzia mostrava que existia uma outra rota. Que talvez o umbigo do mundo não fosse o Norte.
Luzia foi descoberta em 1970 no município de Lagoa Santa, próximo a Belo Horizonte. Morreu tendo entre 20 e 24 anos.
Luzia, como ciência, estava renascida.
Apontava para um caminho diferente dos homens do norte. Era um farol para a História da América. Em especial a da América Latina.
Luzia sobreviveu 13000 anos na natureza. Sobreviveu pouco mais de 200 anos de capitalismo, mas não suportou sequer dois anos do neoliberalismo de Michel Temer.
Michel Temer deve responder por crime contra o Patrimônio Histórico cultural brasileiro.

Fernando Horta

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